Passados 33 anos da operação militar montada no ataque terrorista do Riocentro, onde a esquerda foi amplamente responsabilizada pela morte de um sargento do Exército e de colocar uma bomba no show (com a presença de vinte mil pessoas) em homenagem ao dia do trabalhador, o Estado brasileiro foi obrigado a reconhecer a responsabilidade criminal da sórdida trama urdida por generais fascistas e apoiada jornalisticamente pelo patriarca da famiglia Marinho. Mas como afirmou Marx em seu livro “O 18 Brumário de Luís Bonaparte” a história se repete primeiro como tragédia e depois como farsa, estamos assistindo a mesma famiglia Marinho montar mais uma vez um grande embuste midiático, tendo como pano de fundo a trágica morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes Santiago Andrade. Exatamente como em 1981, neste momento o objetivo das forças burguesas reacionárias é o recrudescimento do regime político, criminalizando as organizações de esquerda como “terrorista e assassina”, abrindo desta forma o caminho para legitimar a repressão estatal ao movimento de massas.
A farsa eletrônica responsabilizando supostos ativistas do Black Bloc pela morte de Santiago começou a ser montada pela Globo logo após um repórter da própria emissora ter apontado “on line” a PM como responsável pelos disparos de bombas de “dispersão” que vitimaram o trabalhador da Band. Logo depois imagens foram veiculadas nacionalmente (comprovadas até por “peritos”, talvez da mesma cepa dos que concluíram que a bomba que explodiu no colo do militar no Riocentro foi obra dos comunistas) indicando jovens portando rojões que teriam atingindo Santiago, na sequência da “ópera bufa” surge um ativista (Fábio Raposo) que espontaneamente confessa que passou o artefato explosivo para outro manifestante que o teria lançado. Curiosamente, Fábio, provável ativista do Black Bloc, contrata um advogado ligado à máfia das milícias, Jonas Tadeu que passa a acusar o deputado Marcelo Freixo de ter ligação com Fábio.
No capítulo posterior da pantomima aparece no interior da Bahia Caio Silva, delatado por Fábio, que também acolhe para sua defesa Jonas Tadeu, o próprio advogado que o entregou à polícia em um “espetaculoso” operativo com direito a jatinho fretado e plantão jornalístico ao vivo em plena madrugada Global, tudo isto sem “custo algum” ou pelo menos não declarado... Mas se o “miliciano” Jonas é um advogado que pratica filantropia... este não é o caso do pseudomilitante Caio Silva que ao se entregar à polícia declarou que recebia pagamento (150 Reais) por cada manifestação que comparecia e ainda por cima instigou a investigação estatal para os partidos que “aliciavam” jovens para os protestos. No mínimo, para sermos generosos, a “estranha” conduta da dupla Fábio e Caio é passível de uma investigação rigorosa por parte das lideranças do movimento de massas e da esquerda revolucionária, conhecemos muito bem o metiê sujo de infiltração realizada pelos organismos de “inteligência” do Estado capitalista e não esquecemos dos danos ao movimento causados por vermes asquerosos do calibre de um Cabo Anselmo. Também nos causa perplexidade a postura de ativistas reconhecidos como a “Sininho” e de grupos revisionistas como o “TPOR” que logo sairiam em defesa de Fábio Raposo sem ao menos aferir seu envolvimento na farsa montada pelos barões da mídia “Murdochiana”. No bojo do fraudulento “libreto” produzido pela Globo estava posto um enunciado pétreo para a reação, é necessário permanentemente criminalizar (inclusive com o rigor ácido dos cárceres) todos aqueles que são considerados seus inimigos históricos, ou seja, os que combatem na trincheira dos oprimidos por uma sociedade sem classes, onde o acúmulo material e espiritual da civilização humana não beneficie apenas um punhado de aristocratas capitalistas.
A farsa eletrônica responsabilizando supostos ativistas do Black Bloc pela morte de Santiago começou a ser montada pela Globo logo após um repórter da própria emissora ter apontado “on line” a PM como responsável pelos disparos de bombas de “dispersão” que vitimaram o trabalhador da Band. Logo depois imagens foram veiculadas nacionalmente (comprovadas até por “peritos”, talvez da mesma cepa dos que concluíram que a bomba que explodiu no colo do militar no Riocentro foi obra dos comunistas) indicando jovens portando rojões que teriam atingindo Santiago, na sequência da “ópera bufa” surge um ativista (Fábio Raposo) que espontaneamente confessa que passou o artefato explosivo para outro manifestante que o teria lançado. Curiosamente, Fábio, provável ativista do Black Bloc, contrata um advogado ligado à máfia das milícias, Jonas Tadeu que passa a acusar o deputado Marcelo Freixo de ter ligação com Fábio.
No capítulo posterior da pantomima aparece no interior da Bahia Caio Silva, delatado por Fábio, que também acolhe para sua defesa Jonas Tadeu, o próprio advogado que o entregou à polícia em um “espetaculoso” operativo com direito a jatinho fretado e plantão jornalístico ao vivo em plena madrugada Global, tudo isto sem “custo algum” ou pelo menos não declarado... Mas se o “miliciano” Jonas é um advogado que pratica filantropia... este não é o caso do pseudomilitante Caio Silva que ao se entregar à polícia declarou que recebia pagamento (150 Reais) por cada manifestação que comparecia e ainda por cima instigou a investigação estatal para os partidos que “aliciavam” jovens para os protestos. No mínimo, para sermos generosos, a “estranha” conduta da dupla Fábio e Caio é passível de uma investigação rigorosa por parte das lideranças do movimento de massas e da esquerda revolucionária, conhecemos muito bem o metiê sujo de infiltração realizada pelos organismos de “inteligência” do Estado capitalista e não esquecemos dos danos ao movimento causados por vermes asquerosos do calibre de um Cabo Anselmo. Também nos causa perplexidade a postura de ativistas reconhecidos como a “Sininho” e de grupos revisionistas como o “TPOR” que logo sairiam em defesa de Fábio Raposo sem ao menos aferir seu envolvimento na farsa montada pelos barões da mídia “Murdochiana”. No bojo do fraudulento “libreto” produzido pela Globo estava posto um enunciado pétreo para a reação, é necessário permanentemente criminalizar (inclusive com o rigor ácido dos cárceres) todos aqueles que são considerados seus inimigos históricos, ou seja, os que combatem na trincheira dos oprimidos por uma sociedade sem classes, onde o acúmulo material e espiritual da civilização humana não beneficie apenas um punhado de aristocratas capitalistas.
Para o governo do PT, que parece apostar firmemente na continuidade da parceria com a quadrilha do PMDB no comando do Palácio da Guanabara, a morte de Santiago serviu como o “start” necessário para desencadear sua operação política preventiva de resgate dos “bons” negócios que também envolvem a realização da Copa do Mundo no Brasil este ano. Para assegurar o fluxo de crédito internacional, para as grandes empreiteiras já no curso das obras das Olimpíadas de 2016, a presidente Dilma deve “governar com mão de ferro”, demonstrando capacidade de conter as mobilizações populares. Como a Frente Popular ignorou solenemente todas as reivindicações das “Jornadas de Junho”, flexionando seu governo no sentido oposto: aumento da taxa de juros para alimentar os parasitas do mercado financeiro provocando cortes das verbas estatais para a saúde e educação, a via mais “segura” é a da violenta repressão policial e intimidação política para a vanguarda do movimento de massas. Por isso mesmo foi convocada a blogosfera “chapa branca” que saiu salivando ódio e pedindo a “cabeça” de cada Black Bloc, “vivo ou morto!”.
Com o clima artificialmente criado de comoção nacional pela morte de Santiago e a deflagração da “caça” aos Black Blocs, o PT e seus satélites políticos pretenderam “dar o troco” ao PSOL, por este ter comemorado a prisão (pelas mãos do sinistro Joaquim Barbosa) dos dirigentes históricos da “Articulação”. Parlamentares petistas chegaram a cogitar a suspensão institucional da legenda do PSOL (como ocorreu com o PCB em 1947), no curso de uma “CPI dos vândalos” a ser instaurada no Congresso. No Senado avança o apetite reacionário das oligarquias por elaborar uma nova legislação draconiana, com a roupagem de um projeto de lei sobre o terrorismo, sob o pleno aval da esquerda governista. Enquanto não passa o putrefato odor exalado pela campanha fascistizante contra o direito de lutar e se defender do monopólio da violência estatal, a direita midiática vai agindo sorrateiramente e já prepara uma nova “armação” acusando José Dirceu de ter usado telefone celular no presídio da Papuda, fato desmentido pela própria direção do órgão. Como para os cânones máximos da reação PT, Black Blocs e PSOL serão sempre todos “bandidos” (e isto vale para toda esquerda), a guerra autofágica no campo popular, de se “brindar” o ataque da direita a um militante reformista, anarquista ou revolucionário, só serve aos interesses mais retrógrados das classes dominantes.
Os Black Blocs nunca foram e tampouco serão vanguarda política do movimento de massas, seus métodos “anarcóides” de combate estão totalmente dissociados das melhores tradições de luta da classe operária, mas nem por isso como Marxistas Leninistas fazemos nenhum tipo de apologia do pacifismo, ou mesmo condenamos a utilização da violência revolucionária dos explorados. Somente com a construção de uma rígida organização centralizada do proletariado será possível vencer nossos inimigos de classe, tese refutada visceralmente pelos Black Blocs. Mas o foco central de debate na atual conjuntura não deve ser os “desvios” das ações mais radicalizadas dos Black Blocs, como quer enfiar goela abaixo a mídia corporativa, e sim as tentativas já bem avançadas por parte da burguesia de recrudescimento do regime “democrático”. A repressão policial aos movimentos sociais vem ganhando novos contornos políticos, com prisões, torturas e até mesmo assassinatos de lideranças populares. Fatos graves que tinham “saído de cena” no final dos anos 70 agora retornam pela porta da frente do cenário nacional em pleno governo do PT. Sob esta cruzada reacionária está ameaçado, como na ditadura militar, o próprio direito de organização e manifestação política da esquerda e do movimento de massas. Convocamos todas as forças políticas do campo operário e popular a cerrar fileiras, apesar das diferenças políticas e ideológicas, no combate frontal pela senda da ação direta, a toda e qualquer medida estatal (em todas as suas instâncias) que mire na eliminação de nossas conquistas democráticas e sociais, porque entendemos que cada derrota acumulada do proletariado “joga água no moinho” do retrocesso histórico e do obscurantismo da humanidade em uma etapa de ofensiva total do imperialismo.
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