O Século XXI está marcado por uma brutal ofensiva contra os
povos. Vivemos de forma concentrada os efeitos nefastos – sociais, políticos e
ideológicos – da restauração capitalista da URSS e do Leste Europeu. As
correntes políticas de “esquerda” que “festejaram” a mais de 25 anos a queda do
Muro de Berlim como uma vitória dos trabalhadores hoje são forçadas a
reconhecer que as tendências fascistizantes e reacionárias avançaram no
planeta. Mais recentemente, da chamada “Primavera Árabe” pariu-se a ditadura
militar no Egito, da “revolução na Líbia” impôs o controle da OTAN sobre o país
dividido e empobrecido, na Ucrânia ascenderam as hordas fascistas...para não
falar da recolonização das antigas repúblicas soviéticas pelo imperialismo
ianque e europeu. Esta dura realidade reforça a necessidade de se horar o
legado soviético para enfrentar a atual ofensiva do imperialismo contra os
povos. Trata-se não só de militar em defesa da construção de um partido
revolucionário comunista, necessariamente leninista, mas de demonstrar
cientificamente que os ensinamentos de Marx, Engels, Lenin e Trotsky estão mais
atuais do que nunca, que uma economia planificada e regida pelos interesses da
maioria do povo, os trabalhadores, representa a possibilidade concreta de
extirpar a pobreza e a miséria da humanidade, abrindo caminho para a satisfação
de nossas necessidades materiais e espirituais. Nesse longo caminho ao
comunismo, a defesa da Ditadura do Proletariado, a ação organizada do Estado
proletário contra a burguesia e o imperialismo mundial é parte do patrimônio
nos legado por nossos mestres. Este é o grande desafio para os trabalhadores e
os Marxistas-Leninistas na contemporaneidade, tendo em vista que vivemos um
tempo sombrio de imbecilização e alienação que o capitalismo arrasta amplos
setores da humanidade. Mais do que nunca, apontar como saída da Revolução
Proletária neste 1 º de Maio – dia internacional de luta dos trabalhadores
- é a senda correta e justa para avançar
na destruição do monstro imperialista que teima em levar o planeta para a
barbárie.
Como uma corrente leninista militante, optamos por ligar as
lições de Outubro aos desafios do proletariado e sua vanguarda hoje, no Brasil
e no mundo, até porque para as novas gerações o Estado operário soviético,
liquidado em 1991, já não existe mais, sendo esse combate político e teórico a
própria defesa concreta da revolução hoje. Nesse sentido, a principal tarefa
dos marxistas revolucionários reside justamente em reafirmar em pleno século
XXI, contra todos os modismos adotados pela “esquerda” em geral e o
revisionismo em particular, a vigência da construção do partido leninista como
núcleo de vanguarda comunista organizado para tomar o poder da burguesia,
condição essencial que levou a vitória do proletariado naqueles dias de 1917 e
que se faz ainda mais necessária diante de uma conjuntura mundial absolutamente
desfavorável para os trabalhadores em todo planeta. Fazemos este alerta porque
a melhor homenagem que podemos render a esse triunfo histórico do proletariado
mundial, quase um século depois de ocorrido e quando a URSS já não existe mais,
é fazer um balanço das lições programáticas que levaram ao fim do Estado
Operário soviético pelas mãos dos bandos restauracionistas apoiados pelo
imperialismo. Desde já, aproveitamos a “oportunidade” para dizer que as mesmas
forças políticas e sociais que festejaram a queda da pátria de Lenin, seja no
campo burguês ou no terreno do revisionismo trotskista, são as que em nome da
“defesa de democracia” saudaram a charlatanesca “Revolução Árabe” no norte da
África e no Oriente Médio levada a cabo pela OTAN e seus mercenários
“rebeldes”, não por acaso financiados pelas mesmas potências capitalistas que
apoiaram o mafioso Yelstin em 1991 como alternativa “democrática” à “ditadura
stalinista”.
Todo o malabarismo para justificar seu apoio à destruição da
URSS em nome das “liberdades democráticas”, só fazem revelar sua vergonhosa
capitulação política ao imperialismo, da mesma forma como fizeram quando
defenderam com unhas e dentes a fantasiosa “Revolução Árabe”, dando coro à
propaganda ideológica das grandes potências capitalistas e seus órgãos de
inteligência. Fizeram isto de forma criminosa contra a Líbia, um país
semicolonial não alinhado, ao chamarem um movimento reacionário, armado e financiado
pelo imperialismo, de “revolução democrática” levado a cabo pelos “rebeldes”.
Na verdade, as correntes de esquerda apoiaram descaradamente a intervenção
imperialista na Líbia e hoje fazem o mesmo na Síria e no Irã. Negam assim
categoricamente as lições mais elementares da Revolução de Outubro, porque há
muito abandonaram o leninismo e a estratégia da luta revolucionária pela
conquista do poder pelo proletariado e se deixaram corromper pela mídia
pró-império e pelos encantos da democracia burguesa. Para essa escória, já não
é mais necessário, como faziam os mencheviques e outras correntes oportunistas
do século XX, apresentar a revolução democrática como uma etapa para chegar ao
socialismo, pois, na atual etapa de reação política e ideológica, já fizeram da
democracia dos ricos e instituições corruptas do Estado burguês o seu próprio
objetivo.
Como dizia Trotsky, “A emancipação dos operários não pode
ser senão obra dos próprios operários. Não há, pois, crime pior do que enganar
as massas, do que fazer passar as derrotas por vitórias” (A moral deles e a
nossa, 1938). Para encobrir sua impotência diante dos acontecimentos, tentam
vender as derrotas como vitórias. Apresentaram a restauração capitalista na
URSS e Leste europeu como revoluções e o crash de 2008 apontaram como sendo o
próprio fim do capitalismo. Não tendo um partido revolucionário para sequer se
defender, são os trabalhadores que pagam a crise da grande burguesia que usa as
perdas de suas empresas para justificar uma apropriação inaudita de recursos
estatais. Em que pese serem o epicentro da última crise, os EUA sequer perderão
seu posto hegemônico na economia mundial, enquanto seu domínio estiver
lastreado por seu poderio militar dominante, enquanto o proletariado
estadunidense seguir intoxicado por sua própria burguesia através do partido
democrata auxiliado por reformistas e não poucos pseudotrotskistas que defendem
o direito a existência do enclave sionista e se opõem à vitória militar dos
povos oprimidos sobre os EUA. Para Trotsky como para Lenin não há situação sem
saída para o capitalismo, cujo único coveiro é a tomada do poder pelos
trabalhadores organizados em um partido comunista.
Para os autênticos revolucionários marxistas, que não se
curvaram diante da ofensiva ideológica do imperialismo, cabe a tarefa de
resgatar as tradições revolucionárias dos bolcheviques e as lições da grande
Revolução de Outubro como ferramentas elementares na construção do partido
revolucionário para libertar o proletariado da influência dos agentes da
burguesia e do imperialismo, colocando o movimento operário novamente sob a
bandeira da revolução proletária mundial e do socialismo, esta incumbência
destinada à reconstrução da IV Internacional. Para tanto é necessário que a
vanguarda da classe operária abstraia com toda perspicácia as lições das
derrotas que o proletariado tem sofrido nas últimas décadas por causa
precisamente da ausência de uma direção verdadeiramente revolucionária. A
necessidade de derrotar o imperialismo faz da Revolução Bolchevique, mais do
que nunca, uma referência para a luta dos trabalhadores de todos os países.
Portanto, a tarefa que se coloca para os revolucionários de hoje e
principalmente nete 1º de Maio, é resgatar o legado político e teórico
soviético, para potenciar a vitória da revolução mundial imprimindo uma derrota
definitiva ao imperialismo para abrir o caminho ao futuro socialista da
humanidade.
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