Iniciativa
cidadã faz recuar privatização da água na Europa
Um milhão e meio de assinaturas de cidadãos e cidadãs de sete países europeus puseram Bruxelas em sentido: o comissário para o Mercado Interno, Michel Barnier, anunciou que a directiva e em preparação os planos para legislar sobre a liberalização do abastecimento de água seriam alterados para dar satisfação aos peticionários.
Barnier, citado em Der Spiegel,
afirmou: "Espero que as cidadãs e cidadãos vejam assim que a Comissão
[Europeia] lhes dá ouvidos". E fez questão de esclarecer que "isto [a
privatização do abastecimento de água] nunca foi nossa intenção e nunca foi
verdade".
Na mesma declaração, o comissário acaba por reconhecer, no entanto, que os
peticionários tinham algum motivo para se preocuparem com as movimentações que
observavam em Bruxelas: "Tenho toda a compreensão se as cidadãs e os
cidadãos se encontram agitados e preocupados quando alguém lhes conta que o abastecimento
da água vai se privatizado contra a sua vontade". E admitiu também:
"Num caso assim, eu próprio reagiria também assim".
Na verdade Barnier tinha feito menção de propor regras uniformizadas em toda a
UE para o concessionamento de serviços como o abastecimento de água. O
argumento justificativo do plano de Barnier era o de introduzir maior
transparência no processo. Mas logo desencadeou um movimento que via
precisamente aí uma confirmação de que se pretende privatizar aqueles serviços.
Campanha europeia contra privatização da água põe Bruxelas à defesa
Em resposta à questão
de um euro-deputado do Syriza sobre a privatização da companhia das águas e
saneamento de Salónica, o comissário dos Assuntos Econômicos Olli Rehn
respondeu que "as escolhas sobre as empresas, o grau e a ordem das
privatizações de empresas e bens públicos é da exclusiva responsabilidade dos
Estados-membros, tendo em conta as dificuldades que enfrentam e os objetivos
que definiram". Ou seja, Bruxelas descarta responsabilidades na
privatização das águas gregas, empurrando-as para o governo da coligação da
Nova Democracia com o PS grego.
A privatização das
águas na Europa tem estado debaixo da crítica dos cidadãos, com a Iniciativa de
Cidadania Européia "A Água é um Direito Humano" a conseguir reunir mais de um
milhão e meio de assinaturas. O objetivo é o de consagrar na legislação
comunitária o direito à água e ao saneamento, reconhecido pelas Nações Unidas;
promover o acesso de todos os cidadãos à água e ao saneamento; impedir a
liberalização dos serviços públicos e exigir que a União Europeia contribua e
desenvolva mais esforços para todos os seres humanos tenham acesso à água e ao
saneamento.
Para
a iniciativa ser aceite é necessário que recolha mais de um milhão de
assinaturas, com um limite mínimo necessário em pelo menos sete países. Tanto o
número de assinaturas como o limite por país já foram ultrapassados
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