Convocado como
um dia nacional de greves e paralisações pela
CUT e as demais centrais sindicais, este 28 de janeiro foi marcado
apenas por
atos esvaziados nas principais capitais do país. As mais importantes
categorias
organizadas como metalúrgicos, bancários, correios e petroleiros
trabalharam
normalmente, sequer assembleias foram convocadas para mobilizar as
bases. O
movimento popular e camponês, como o MST, MTST e os ativistas contra o
aumento
das tarifas nos transportes públicos não compareceram. Ficou evidente
que as
direções sindicais não convocaram o protesto com o objetivo de iniciar a
luta
para barrar os ataques da “gerentona” petista aos benefícios do INSS, a
restrição ao seguro-desemprego e mesmo contra as demissões em curso. Na
verdade, a
burocracia sindical “chapa branca” fingiu mobilizar os trabalhadores
utilizando
manifestantes contratados nos protestos para descomprimir a “puteza” das
bases
contra a investida anti-operária do Palácio do Planalto, mas de fato
promoveu
atos esvaziados para preservar o governo Dilma!
Pelo Brasil afora as atividades reuniram no máximo duas mil pessoas,
como na concentração do MASP em São Paulo. No ABC houve apenas uma
passeata de
metalúrgicos que não paralisaram integralmente suas atividades. Pequenas
concentrações ocorreram em Maceió e Salvador. O Paraná foi o único
estado da
federação onde os metalúrgicos ligados à Força Sindical cruzaram os
braços nas
plantas da Renault, Volkswagen e Volvo. Em resumo, as poucas
mobilizações que
houveram estiveram direcionadas a pressionar o parlamento burguês para
que faça
“remendos” nas Medidas Provisórias 664 e 665, colocando por terra a
farsa que o
“dia nacional de luta” reivindicava a revogação das MP´s. Tanto que o
protesto
foi apresentado como preparativo da “Marcha da Classe Trabalhadora” que
sai dia
26 de fevereiro de São Paulo rumo a Brasília, como ficou claro na fala
do
Secretário-Geral da CUT, Sérgio Nobre “A presidenta conhece bem a CUT e
sabe da
nossa luta e compromisso. Se a Dilma não voltar atrás nas Medidas
Provisórias,
certamente ela estará propondo um conflito que nós não queremos. Essas
medidas
tem que ser retiradas. Se quer fazer alterações, que dialogue com as
centrais
sindicais. Nós temos propostas, como combater a rotatividade e garantir
emprego”. Cabe ressaltar que as centrais sindicais de esquerda como a
Conlutas
e a Intersindical jogaram pouco peso na atividade enquanto a LER-QI que
anunciou “marchar no dia 28 contra os ajustes de Dilma” sequer apareceu
no MASP e muito
menos na passeata! O PCO que se diz “contra o golpismo” não deu o ar da
graça
quando se trata de organizar a resistência aos ataques promovidos por
Dilma em
conluio com a direita tucana. A militância da LBI compareceu no ato da
Av. Paulista e
publicitou na concentração da marcha o manifesto em defesa da Greve Geral contra a perda dos nossos
direitos. O companheiro Roberto Bergoci, dirigente da TRS e da
Oposição dos Aeroviários de São Paulo, tentou intervir no carro de som da manifestação
mas foi impedido pela burocracia cutista e seus bate-paus fardados. Como ficou
evidente, para barrar os ataques da gerência petista e dos patrões é necessário
superar a política de colaboração de classes das direções sindicais e a
demagogia “lutadora” dos revisionistas do trotskismo, organizando desde os
locais de trabalho, moradia e estudo a resistência ao ajuste neoliberal em curso!
Burocracia da CUT impede a Oposição dos
Aeroviários-SP de intervir no ato do MASP
Longe de uma
manifestação esvaziada e midiática, a LBI
defendeu que este Dia Nacional de Lutas por Emprego e Direitos servisse
para derrotar
os covardes ataques da gerência neoliberal do PT através da ação direta
dos
trabalhadores! Para isso seria necessário não ter nenhuma ilusão na
política de
“remendar” o ajuste fiscal no parlamento burguês e preparar a greve
geral
contra a perda dos nossos direitos! Alertamos no MASP e nos locais onde
interviemos que o verdadeiro objetivo das manifestações deste 28 não
eram de
fato o sepultamento das MP´s por meio da ação direta dos trabalhadores
com
greves e paralisações mas sim conseguir algumas mudanças cosméticas pela
via de
alterações a serem feitas no Congresso Nacional. Desgraçadamente
isto nApesar do caráter evidentemente limitado do protesto, reivindicamos que os setores classistas deveriam intervir ativamente nesta mobilização que se proclama formalmente contra a atual ofensiva do governo Dilma a fim de impulsionar a ação direta das massas e nunca para pressionar o parlamento burguês para “atenuar” o ajuste fiscal e monetário em pleno curso, como defende a CUT.ão
ocorreu, tanto que foi a Força Sindical que jogou mais peso nas
manifestações
justamente porque suas bases operárias estão sendo atacadas pelo
desemprego
enquanto a Conlutas e a Intersindical enviaram poucos militantes, muito
menos paralisaram as fábricas em São José dos Campos e no conjunto do
Vale do Paraíba.
Como fracasso
deste dia 28, as centrais chapa branca agora
se voltam para a “Marcha da Classe trabalhadora” no dia 26 de fevereiro.
A nona versão desta atividade, que se resume a ir até Brasília para
entregar as pautas
das centrais a Dilma e o parlamento, já demonstra o quanto ela é um
protesto
superestrutural e protocolar. Contra esta perspectiva distracionista, os
sindicatos combativos e os ativistas da vanguarda classista devem
desencadear a
resistência operária e popular contra as demissões em curso e aos
ataques aos
direitos e conquistas pelo governo Dilma, apontando a necessidade
urgente de
assembleias de base em todas as categorias para organizar uma verdadeira
paralisação nacional que busque neste início de ano dar uma resposta da
classe
operária e do conjunto dos explorados as investidas que estão sendo
desferidos
pela burguesia e seu governo contra os trabalhadores da cidade e do
campo! Só
desta forma poderemos romper com a paralisia que as direções “chapa
branca”, em
seu pacto social implícito com o governo da Frente Popular e os
capitalistas,
submetem a luta dos trabalhadores em nosso país!
Companheiro Roberto Bergoci, dirigente estadual da TRS-LBI,
publicita manifesto em defesa da preparação da Greve Geral
Como
Sindicalistas Revolucionários chamamos a
unidade de ação com o objetivo de preparar uma verdadeira jornada
nacional de
luta direta contra as “reformas” neoliberais do governo Dilma sem
depositar
nenhum ilusão na pressão sobre o parlamento e as instituições corruptas
desta
República dos barões capitalistas! Não será pela via de marchas
protocolares e
atos esvaziados que enfrentaremos o ajuste neoliberal de Dilma e Levy.
Como
pontou o manifesto da LBI publicitado amplamente neste dia 28, devemos
preparar desde as
bases a greve geral contra perda de nossos direitos, a privatização da
CEF, as demissões e o
arrocho salarial. Por isso, defendemos a realização de um encontro
nacional
democrático e aberto para unificar as lutas atomizadas em curso, como as
manifestações voltadas a barrar o aumento dos transporte e a batalha de
classe contra as
demissões. A tarefa colocada para o ativismo classista é a aprovação de
um
plano de luta que contemple ainda no mês de fevereiro uma paralisação
geral dos
trabalhadores da cidade e do campo, contra os ataques aos seus direitos,
benefício do INSS e as demissões em curso, com os professores que
tiveram o
piso salarial nacional “reajustado” abaixo do índice legal e os
metalúrgicos
com as demissões na Mercedes-Benz, MTP e as da própria Volks via PDV.
Para
impulsionar a resistência operário e popular é necessário romper o pacto
social
implícito que a CUT celebrou com o governo, derrotar propostas como o
PPE e
levantar um programa de reivindicações operárias via uma verdadeira
campanha
contra o desemprego, pela redução da jornada de trabalho sem redução
salarial e
sem banco de horas. Para barrar os ataques do governo Dilma e dos
patrões a fim
de flexibilizar direitos trabalhistas é necessário à construção de um
plano de
lutas unitário que aponte para um programa operário e anticapitalista!
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