A saída do Ministro das Cidades (o deputado Mário Negromonte do PP), mais uma “vítima” de denúncias de corrupção no interior da equipe ministerial do governo Dilma, não mereceu muita atenção por parte da mídia “murdochiana”, já viciada em apontar a “próxima vítima” de sua campanha “moralizadora” do Estado burguês. A substituição de ministros corruptos virou rotina no noticiário político, justamente porque todo o gabinete de Dilma encontra-se exatamente na mesma situação, ou seja, uma equipe de estafetas a serviço das oligarquias corruptas e máfias partidárias, as verdadeiras “proprietárias” dos assentos ministeriais.
Consagrado o “modus operandi” iniciado por Lula, o ministro que é “pego” traficando verbas estatais é prontamente substituído por outro nome, portador das mesmas características, indicado pelos reais “donos” das pastas encastelados longe dos holofotes da cretina campanha “ética na política”. A recente queda de Negromonte poderia ter se somado a do ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra, que por muito pouco também não foi trocado por outro estafeta indicado pela oligarquia “socialista” dos Arraes de Pernambuco.
No caso da pasta das cidades, vinculada ao PP, assumiu outro deputado federal, Agnaldo Ribeiro, da Paraíba ainda mais picareta do que seu antecessor. A operação política da troca de um ministro estafeta corrupto por outro ainda mais corrupto, avalizada pela oligarquia detentora do cargo, brindada com matizes de luta pela moralização do regime democrático, só é “vitoriosa” no marco de uma ampla base de sustentação parlamentar do governo Dilma que “unifica” o conjunto das oligarquias regionais que dominam o país há séculos.
O crescimento econômico que atravessa o país tem tornado possível a vigorosa ampliação do Estado, principalmente nos setores ligados à infraestrutura e fomento de crédito. Os governos da frente popular tem manejado com êxito a distribuição de recursos a setores públicos e privados desde o ramo financeiro até as megaempreiteiras, tem acompanhado o “passo” da vertiginosa reversão do quadro estagnado da economia, no período onde imperavam os tecnocratas “plumados”. A burguesia nacional quer estar “colada” aos novos métodos de gerenciamento ditados pelos quadros petistas, forjados na luta ideológica contra “estado mínimo”.
Os “neomonetaristas” do PT entenderam bem melhor do que os estúpidos “neoliberais” tucanos, que o Estado burguês ampliado em sua máxima capacidade potencia melhores oportunidades de negócios e “negociatas” para as oligarquias patrimonialistas, parasitas do botim estatal. É óbvio que os “experts” da frente popular não “inventaram a pólvora”, o chamado “nacional-desenvolvimentismo” tão celebrado nos anos “JK”, só é possível em uma etapa de abundância de capitais internacionais, dispostos a correr o risco de uma “quarentena” mais prolongada no país. É neste ponto onde entra no cenário político o ingrediente da estabilidade social garantida pela frente popular aos rentistas de Wall Street e seus “sócios” menores.
Se o governo JK conseguiu “conservar” o país no mote do “desenvolvimentismo” associado a capital imperialista, incluindo neste “barco” bossa-nova até o PCB, os governos do PT conquistaram o apoio das oligarquias dominantes com a tonada “sertaneja” do agronegócio.
Neste sentido, “democratizaram” os governos Lula e Dilma concedendo a cada máfia regional uma pasta de estafeta ministerial, “removível” ao surgimento de um escândalo midiático ao sabor da ocasião. Mas, a base política e social do atual governo não se restringe simplesmente ao “consenso” das classes dominantes acerca da viabilidade histórica do projeto de colaboração de classes.
O “fenômeno” da ascensão social de milhões de brasileiros ao “paraíso” da classe média, via de regra pelo corredor do “empreendedorismo” e não de uma recomposição salarial, permite a Dilma conseguir níveis de aprovação popular até maiores do que o mito Lula. Portanto, estamos vivendo uma espécie de reedição da época do ademarismo, onde o lema era “rouba mas faz”. Agora a percepção da população desorganizada e carente de consciência de classe é que o governo Dilma não passa de um amontoado de corruptos, mas tenho “crédito farto” e posso realizar meus “sonhos de consumo”, antes só permitidos a extratos altos de uma classe média reacionária.
Esta talvez seja a grande “contribuição” dos “anos dourados” da frente popular à história da classe trabalhadora: o enorme retrocesso em sua consciência política. O surgimento dos novos “ascendentes” de origem proletária, totalmente alienados a luta popular, facilita enormemente a hegemonia de uma “concepção” policlassista, difusora do regime democrático como um grande “elevador” social de todos os “cidadãos”.
Somado a este elemento da conjuntura, agrega-se a cooptação das direções sindicais “chapa branca” generosamente presenteadas com gordas “gorjetas” estatais para conter o movimento de massas nos estreitos limites impostos pelo regime burguês.
Isto sem falar na “alternativa” posta pelas direções da “oposição de esquerda” sempre indicando o caminho da institucionalidade parlamentar para que o povo “castigue” nas ruas os “desmandos” da frente popular e sua base de apoio corrupta.
Os tempos de “fartura” tem alimentado apetites vorazes no marco político da própria base governista. O chamado “fogo amigo” tem marcado a maioria das mudanças dos “staffs” do primeiro e segundo escalão. Sem a ameaça de um retorno iminente dos tucanos ao governo central, partidos aliados se sentem mais à vontade para postularem a chamada “cláusula da alternância democrática”, miram o horizonte do “pós-Lula”, dado como certo seu retorno nas eleições de 2014.
O PSB, controlado pela oligarquia dos Arraes, saliva a cadeira presidencial para o atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em aliança com o ex-serrista Kassab, do PSD. Também não perdeu todas as esperanças a oligarquia dos Gomes do Ceará, só que pela via de uma composição com setores do PSDB, uma possibilidade bastante remota hoje.
O condomínio do PMDB, uma “assembleia” permanente das oligarquias regionais deve manter seu papel de força coadjuvante no assalto às verbas públicas. Como a própria doença de Lula é um ingrediente imponderável nesta projeção, o mais provável é que o quadro presidencial “pós-Lula” só comece a se delinear mesmo após as Olimpíadas de 2016.
Consagrado o “modus operandi” iniciado por Lula, o ministro que é “pego” traficando verbas estatais é prontamente substituído por outro nome, portador das mesmas características, indicado pelos reais “donos” das pastas encastelados longe dos holofotes da cretina campanha “ética na política”. A recente queda de Negromonte poderia ter se somado a do ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra, que por muito pouco também não foi trocado por outro estafeta indicado pela oligarquia “socialista” dos Arraes de Pernambuco.
No caso da pasta das cidades, vinculada ao PP, assumiu outro deputado federal, Agnaldo Ribeiro, da Paraíba ainda mais picareta do que seu antecessor. A operação política da troca de um ministro estafeta corrupto por outro ainda mais corrupto, avalizada pela oligarquia detentora do cargo, brindada com matizes de luta pela moralização do regime democrático, só é “vitoriosa” no marco de uma ampla base de sustentação parlamentar do governo Dilma que “unifica” o conjunto das oligarquias regionais que dominam o país há séculos.
O crescimento econômico que atravessa o país tem tornado possível a vigorosa ampliação do Estado, principalmente nos setores ligados à infraestrutura e fomento de crédito. Os governos da frente popular tem manejado com êxito a distribuição de recursos a setores públicos e privados desde o ramo financeiro até as megaempreiteiras, tem acompanhado o “passo” da vertiginosa reversão do quadro estagnado da economia, no período onde imperavam os tecnocratas “plumados”. A burguesia nacional quer estar “colada” aos novos métodos de gerenciamento ditados pelos quadros petistas, forjados na luta ideológica contra “estado mínimo”.
Os “neomonetaristas” do PT entenderam bem melhor do que os estúpidos “neoliberais” tucanos, que o Estado burguês ampliado em sua máxima capacidade potencia melhores oportunidades de negócios e “negociatas” para as oligarquias patrimonialistas, parasitas do botim estatal. É óbvio que os “experts” da frente popular não “inventaram a pólvora”, o chamado “nacional-desenvolvimentismo” tão celebrado nos anos “JK”, só é possível em uma etapa de abundância de capitais internacionais, dispostos a correr o risco de uma “quarentena” mais prolongada no país. É neste ponto onde entra no cenário político o ingrediente da estabilidade social garantida pela frente popular aos rentistas de Wall Street e seus “sócios” menores.
Se o governo JK conseguiu “conservar” o país no mote do “desenvolvimentismo” associado a capital imperialista, incluindo neste “barco” bossa-nova até o PCB, os governos do PT conquistaram o apoio das oligarquias dominantes com a tonada “sertaneja” do agronegócio.
Neste sentido, “democratizaram” os governos Lula e Dilma concedendo a cada máfia regional uma pasta de estafeta ministerial, “removível” ao surgimento de um escândalo midiático ao sabor da ocasião. Mas, a base política e social do atual governo não se restringe simplesmente ao “consenso” das classes dominantes acerca da viabilidade histórica do projeto de colaboração de classes.
O “fenômeno” da ascensão social de milhões de brasileiros ao “paraíso” da classe média, via de regra pelo corredor do “empreendedorismo” e não de uma recomposição salarial, permite a Dilma conseguir níveis de aprovação popular até maiores do que o mito Lula. Portanto, estamos vivendo uma espécie de reedição da época do ademarismo, onde o lema era “rouba mas faz”. Agora a percepção da população desorganizada e carente de consciência de classe é que o governo Dilma não passa de um amontoado de corruptos, mas tenho “crédito farto” e posso realizar meus “sonhos de consumo”, antes só permitidos a extratos altos de uma classe média reacionária.
Esta talvez seja a grande “contribuição” dos “anos dourados” da frente popular à história da classe trabalhadora: o enorme retrocesso em sua consciência política. O surgimento dos novos “ascendentes” de origem proletária, totalmente alienados a luta popular, facilita enormemente a hegemonia de uma “concepção” policlassista, difusora do regime democrático como um grande “elevador” social de todos os “cidadãos”.
Somado a este elemento da conjuntura, agrega-se a cooptação das direções sindicais “chapa branca” generosamente presenteadas com gordas “gorjetas” estatais para conter o movimento de massas nos estreitos limites impostos pelo regime burguês.
Isto sem falar na “alternativa” posta pelas direções da “oposição de esquerda” sempre indicando o caminho da institucionalidade parlamentar para que o povo “castigue” nas ruas os “desmandos” da frente popular e sua base de apoio corrupta.
Os tempos de “fartura” tem alimentado apetites vorazes no marco político da própria base governista. O chamado “fogo amigo” tem marcado a maioria das mudanças dos “staffs” do primeiro e segundo escalão. Sem a ameaça de um retorno iminente dos tucanos ao governo central, partidos aliados se sentem mais à vontade para postularem a chamada “cláusula da alternância democrática”, miram o horizonte do “pós-Lula”, dado como certo seu retorno nas eleições de 2014.
O PSB, controlado pela oligarquia dos Arraes, saliva a cadeira presidencial para o atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos, em aliança com o ex-serrista Kassab, do PSD. Também não perdeu todas as esperanças a oligarquia dos Gomes do Ceará, só que pela via de uma composição com setores do PSDB, uma possibilidade bastante remota hoje.
O condomínio do PMDB, uma “assembleia” permanente das oligarquias regionais deve manter seu papel de força coadjuvante no assalto às verbas públicas. Como a própria doença de Lula é um ingrediente imponderável nesta projeção, o mais provável é que o quadro presidencial “pós-Lula” só comece a se delinear mesmo após as Olimpíadas de 2016.
O movimento de massas tem permanecido paralisado diante dos consecutivos “escândalos” produzidos quase em escala industrial pela equipe palaciana. A mídia “murdochiana” cumpre sua função de arbitrar a disputa das oligarquias pelo maior controle do botim estatal.
A corrupção estatal como um elemento estrutural e indissociável ao modo de produção capitalista não pode ser “remendada” por campanhas demagógicas pela “ética na política” como pretendem os reformistas de todos os quilates. Somente a ação direta da classe operária, pela senda da revolução socialista poderá varrer de vez as oligarquias “velhas” e “novas” do parasitismo estatal.
O Estado burguês não pode ser “reformado” como sonham os moralistas pequeno-burgueses, deve ser demolido integralmente e sobre seus escombros erguido com a violência de classe um novo poder estatal, a ditadura do proletariado
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