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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Festival de Woodstok, Águas Claras (Iacanga), e outros... Rock na veia pra quem gosta!



Caro leitor,
Depois de uns dias afastados da net, eu retorno, penso, definitivamente. 

Infelizmente acontece (às vezes) de escrevermos apressadamente e publicar o que seria apenas um rascunho. 

Outro fator importante foi a minha mudança de ares, já que passei a residir em Urubici na Serra Catarinense, lugar de temperaturas baixas, de inverno rigoroso, mas aconchegante, com belas paisagens e geografia exuberante...

Pra quem gosta de rock e de liberdade, este post do Jornalista e escritor Celso Lungaretti que, na verdade, tenho admiração pelo seu passado de lutas, descreve muito bem este "sui generis" acontecimento histórico que, também na contra cultura muda o comportamento da juventude... 

 Afinal, como simpatizante da VPR e integrante de um núcleo marxista nos anos 70, pude acompanhar vários "eventos" arranjados e desmistificados durante o período da Ditadura Militar no Brasil. 

Ah, mas eu me lembro também quando falavam de um guerrilheiro arrependido, mostrado em uma carta afixada nas unidades militares. 

Tudo não passava de invenções pirotécnicas de resultados não alcançados.

 Em palavras simples, o subcomandante da Vanguarda Popular Revolucionária em São Paulo teve de se virar nos trinta para sobreviver com seqüelas até os dias de hoje.

Mas enfim, o que vale mesmo é a história de alegrias passadas e dentre essas eu posso comparar ou não com outros festivais que acompanhei e participei ao largo de Woodstock 1969.



Neste sentido, eu nomino-os como o de Águas Claras, o da Praia do Leste no Paraná, entre outros inesquecíveis... 



Vale lembrar que no passado eu fiz parte do movimento hippie desde os anos 70, tendo sido um dos dirigentes e integrante da comunidade de artesãos da Praça da República em São Paulo, da Associação dos Artesãos profissionais do Estado de São Paulo, da União dos Artesãos Livres (UNAL) em Porto Alegre no mesmo período, e do Sindicato dos Artesão de Florianópolis, já quase na minha mudança de estilo e opção de vida, na verdade, um hippie politizado... 


Assistindo atentamente o vídeo acima, encontrei registrado a minha participação neste festival. E, agradeço ao amigo que fotografou (lembro-me muito bem, pois estávamos acampados próximos), permitindo a minha "eternização" na participação deste evento histórico.










Bem, em 1983 no festival de "Iacanga", pra quem esteve lá, sabe do agito maneiro, durante e depois, desde a ida até o retorno quando os trens da Alta Paulista tiveram de liberar geral o nosso retorno, de Baurú até Sampa... Aff, bagunça geral e alegria em cada estação que o trem parava...






Mas, o que tem a ver os hippies brasileiros com este movimento? Muito, muito mesmo e, só a história dirá!



Revirando o Baú do Celsão eu pude reler essa bonita e saudosa história que faço questão de publicar...




BAÚ DO CELSÃO: ÉRAMOS CRIANÇAS, BRINCANDO NO PARAÍSO

Um dos acontecimentos mais emblemáticos e alentadores do século passado, o Festival de Música e Artes de Woodstock só é lembrado pela grande imprensa nas efemérides.

E mesmo quando isto acontece, de 10 em 10 anos, os enfoques da indústria cultural oscilam entre o nostálgico e o pitoresco, como inimiga que foi e é dos ideais que se corporificaram nesse magnífico evento.

Indo na contramão, como sempre, costumo destacar a vitalidade de Woodstock e os caminhos que ainda nos aponta, hoje e agora, para a construção de um mundo melhor.

Para começar, uma constatação óbvia: Woodstock foi uma moeda que caiu em pé. Os deuses de todos os povos e de todos os tempos parecem ter-se mobilizado para que tudo desse certo durante três dias mágicos, maravilhosos, que seriam para sempre lembrados como uma amostra da perfeição possível neste sofrido planeta.

Sem favor nenhum, posso afirmar que Woodstock foi o evento musical que mais influenciou as artes e os costumes na história da humanidade. E a conjunção de fatores que o transformou em marco e lenda dificilmente se repetirá.

Mas, não precisamos acreditar piamente na esnobada de Gilberto Gil: "quem não dormiu no sleeping bag nem sequer sonhou". Apenas, levar em conta o que houve de específico nesse festival. Outros sonhos virão, com certeza. A História não tem fim, queiram ou não os Fukuyamas agourentos.
"SOME FLOWERS IN YOUR HAIR"
Para começar, o Festival de Woodstock foi o ponto de chegada e a culminância de vários fenômenos e acontecimentos marcantes.

A escalada norte-americana no Vietnã, ao longo da década de 60, engendrara um movimento pacifista de crescente influência entre os jovens dos EUA, com direito a manifestações de protesto, queimas de cartas de recrutamento, choques com a polícia e a uma manifestação-monstro de cerco ao Pentágono

.Em 1965, um estudante de química chamado Owsley Stanley aprendeu como fabricar ácido lisérgico no porão de sua casa e logo inundou San Francisco com o LSD, impulsionando o surgimento da geração das flores, imortalizada pela bela canção de Scott McKenzie: “Se você vier para San Francisco,/ não se esqueça de colocar/ algumas flores no seu cabelo...”

Foi aí que o movimento hippie nasceu, aglutinando jovens que recusavam o american way of lifee caíam na estrada, em busca de aventuras e novas experiências.

Em termos mais profundos, pode-se lembrar que era a fase em que a crescente mecanização da indústria mais e mais dispensava o uso da força física, demolindo algumas vigas-mestras da sociedade norte-americana, toda ela construída em cima do ascetismo puritano (a negação do prazer a fim de poupar energias para o trabalho). Na década de 60, o prazer reconquistava suas prerrogativas.

Grandes festivais de rock já haviam ocorrido em Monterey (1967) e na Ilha de Wight. Este último vinha se realizando desde 1968, embora o mais marcante e lembrado seja o de 1970, quando se deu uma das últimas apresentações de Jimi Hendrix.

Quanto a públicos expressivos, também não eram novidade: o festival inglês já reunira 250 mil pessoas.

Mas, foi no de Woodstock que a indústria cultural investiu pesado, pela primeira vez. É que, com algum atraso, os mercadores das artes se deram conta de que tinham um diamante bruto ao alcance das mãos. Prepararam-se, então, para explorar em grande estilo o evento seguinte.

Por último, vale notar que ainda se vivia a época dos compactos, em que eram singles e não elepês que corriam o mundo, com a repercussão dependendo, principalmente, da divulgação nas rádios.

Pouco se conhecia da segunda onda do rock (a primeira, nos anos 50, fora a dos pioneiros Elvis Presley, Chuck Berry, Little Richard, Bill Haley, etc.).

Muitos garotos, como eu, amavam os Beatles e os Rolling Stones. De resto, haviam escutado. “The House of Rising Sun” (Animals), “Sunny” (Johnny Rivers), “A Wither Shade of Pale” (Procol Harum) e quase nada mais.

Existia uma produção musical de grande qualidade represada, não atingindo circuitos mais amplos. Seria a irrupção dessa nova geração de importantes artistas ainda relativamente desconhecidos que asseguraria a surpresa e o enorme impacto causados pelo filme Woodstock e pelo álbum triplo com registros desse evento.
BRINCANDO NA CHUVA

Foram três dias de “paz, música e amor”, de 15 a 17 de agosto de 1969, levando 450 mil jovens até a fazenda do leiteiro Max Yasgur, a 80 quilômetros de Woodstock, estado de Nova York.

Logo no primeiro dia o festival foi declarado livre: quem não tinha comprado antecipadamente o ingresso, não precisou mais fazê-lo. Com isto, os promotores tiveram US$ 100 mil de prejuízo inicial, mas acabaram saindo no lucro: o filme lhes proporcionaria um retorno imediato de US$ 17 milhões.

O torrencial aguaceiro do segundo dia foi tirado de letra pela moçada, que aproveitou para relembrar a infância, chapinhando na lama. De início se tentou afastar a chuva com a força do pensamento positivo, todo mundo gritando “No rain! No rain!”. Depois, o jeito foi se amoldar a ela, brincando de tobogã e cantando. No álbum Woodstock há dois registros disto: no disco I, o improvisado “canto da chuva”; e no II, a multidão entoando em coro o refrão “deixa o sol brilhar!”, da peça Hair.
As boas vibrações não impediram a ocorrência de três mortes: uma overdose, um atropelamento por trator e um ataque de apendicite. O guitarrista e líder do The Who, Peter Townshend, não se limitou, como de hábito, a destruir o instrumento de trabalho no final apocalíptico de sua performance; levou a fúria para os bastidores, quebrando o pau com o líder hippie Abbie Hoffman.

O evento foi processado para o cinema por Michael Wadleigh, que fez uma magnífica edição de imagens e introduziu uma novidade: a bi ou tripartição da tela, oferecendo ao espectador tomadas simultâneas do mesmo grupo, de artistas isoladamente, do público, etc.

Há, além disto, nítido empenho em situar o evento sociologicamente, ao contrário do documentário sobre o Festival de Monterey, que se ateve quase exclusivamente à música. Daí a merecida reputação de Woodstock como o filme que inovou a arte de registrar espetáculos musicais.
NEM TUDO FOI MOSTRADO

Muitos artistas deixaram de ter um número exibido no filme e no álbum triplo. Ficaram de fora Melanie, Mountain e Butterfield Blues Band, com o consolo de aparecerem no segundo álbumWoodstock, duplo, que foi lançado algum tempo depois. O Jefferson Airplane não está no filme, mas sua “Volunteers” consta do álbum triplo e teve mais canções aproveitadas no álbum duplo.

A relação dos que lá estiveram mas ficaram de fora tanto do filme quanto dos álbuns é extensa: Janis Joplin, Grateful Dead, The Band, Blood Sweat & Tears, Creedence Clearwater Revival, Incredible String Band e Johnny Winter. Motivo: problemas contratuais.

[Agora, na onda do MP-3, tudo isso foi finalmente disponibilizado para os saudosistas dos velhos e bons tempos, bem como para os jovens que querem saber saber como era o som que os pais, tios e avós curtiram...]

Os cachês mais altos foram os de Jimi Hendrix (US$ 18 mil), Blood Sweat & Tears (US$ 15 mil), Joan Baez e Creedence Clearwater Revival (US$ 10 mil cada). Santana exibiu sua empolgante fusão de rock e sonoridades latinas, “Soul Sacrifice”, pela bagatela de 750 dólares.

O trovador John Sebastian tirou a sorte grande: não foi convidado, mas apareceu para dar uma olhada e acabou subindo ao palco quando a chuva recém-finda impedia a apresentação de bandas eletrificadas. Ganhou direito a constar do filme e do disco, além de receber mil dólares.

O Crosby, Stills, Nash & Young, que acabava de ser constituído, cativou a platéia com seu folk-rock contestador e obteve êxito instantâneo, lançando as bases da longa carreira de seus integrantes (pouco tempo como quarteto e muito mais como artistas-solo).

No extremo oposto, o Ten Years After foi a principal vítima da síndrome de Woodstock: nunca igualou os 11 esfuziantes minutos de “Goin’ Home”, que valeram para Alvin Lee a reputação de grande guitarrista.
Outra curiosidade: foi marcante a aparição de Arlo Guthrie (“Comin’ Into Los Angeles”), cuja trajetória acabaria sendo eclipsada pela de Bob Dylan. Os estilos vocais e temáticos eram semelhantes, tendo Dylan sido mais eficiente em afirmar-se como herdeiro da arte e da lenda de Woody Guthrie, o precursor dos mochileiros. Correndo na mesma faixa, ele sobrepujou o próprio filho de Woody.

A vertente negra do rock se destacou em duas performances memoráveis. Richie Havens, um talento que depois definharia, arrepiou a platéia com seu camisolão africano e a interpretação fulgurante de “Freedom”. E Jimi Hendrix, no auge de sua genialidade, puniu simbolicamente os militaristas com a implosão do hino nacional norte-americano.
Isto para não falar do herdeiro branco e britânico de Ray Charles, o chapadíssimo Joe Cocker, com sua voz poderosa e postura bizarra, sacudindo o corpo para a frente e para trás como um boneco de mola enquanto as mãos dedilhavam sem parar uma guitarra inexistente.

O rock erudito, que marcaria toda uma época, também se fez presente em Woodstock: o The Who interpretou uma compilação de faixas da ópera-rock Tommy, projetando mundialmente essa sua (para a época) extravagância: um álbum-duplo que, faixa a faixa, vai contando a história de um menino que flagra o adultério da mãe e o assassinato do pai, recebendo então a ordem de apagar aquele episódio da mente e nunca relatá-lo a ninguém. O trauma o torna cego, surdo e mudo, mas ele acaba se libertando e atingindo a iluminação.
SÍNTESE DA CONTRACULTURA

Com Woodstock ganhou repercussão ampla o movimento de paz e amor que fermentava na boêmia San Francisco desde meados daquela década, como um desdobramento lisérgico e roqueiro do antigo movimento beatnik

Suas características externas são ressaltadas no filme:
  • o amor livre e a desinibição corporal, com o nudismo sendo amplamente praticado, de forma inocente e até singela;
  • a convivência harmoniosa, sem nenhum resquício de preconceito, entre indivíduos de todas as raças, credos e orientações sexuais;
  • o consumo explícito e justificado (por alguns entrevistados, como Jerry Garcia) das drogas que, no entender daquela geração, abriam as portas da percepção;
  • o visual premeditadamente desarrumado do pessoal, com suas roupas coloridas, ponchos e cabeleiras imponentes;
  • a substituição dos laços familiares por uma comunidade grupal (ou, como se dizia então, tribal);
  • a volta à natureza e a redescoberta do lúdico (em vários momentos, veem-se marmanjos entregues a brincadeiras pueris, sem nenhum constrangimento);
  • a profusão de crianças, pois os hippies mandavam às favas o planejamento familiar, os anticoncepcionais e os abortos, assumindo plenamente o amor e suas conseqüências;
  • o solene desprezo pelas regras e valores dominantes na sociedade, que se evidencia até nas falas dos organizadores do festival, não ligando a mínima para os prejuízos que estavam ameaçados de sofrer.
De certa forma, este comportamento era inspirado por teóricos como Reich, Marcuse e Norman O. Brown, que vincularam o autoritarismo político à repressão instintiva, alegando que a liberdade era cerceada não só pelos mecanismos sociais que mantinham a estrutura de classes (visão da esquerda convencional), como também pelos condicionamentos que embotavam a imaginação e inibiam o desfrute pleno da sexualidade.

Essas teses inspiraram uma nova voga anarquista, que pregava o combate ao stablishment também no íntimo de cada pessoa. As drogas serviriam para o resgate de faculdades esquecidas devido ao desuso; e a liberalidade sexual, incluindo as práticas antes estigmatizadas como perversões (homossexualismo, sodomia, sexo oral, masturbação), seria a premissa de uma visão erótica do mundo, em substituição ao princípio da realidade freudiano.
BRASIL: COMUNIDADES E BICHOS-GRILOS

A influência de Woodstock em nosso país pode ser detectada na música (Raul Seixas, Made in Brazil, a última fase dos Mutantes), no teatro (Oficina, Tuca), na cinematografia (o chamado cinema marginal) e, sobretudo, nos costumes, com os bichos-grilos que percorriam as estradas como caronas, indo e vindo à meca de Arembepe (BA), além de criarem comunidades urbanas e rurais onde exercitavam um estilo alternativo de vida.

Essas tentativas, entretanto, esbarraram no ambiente repressivo dos anos de chumbo, o que levou, p. ex., a ser expulso do Brasil o elenco do Living Theatre de Julian Back, que supôs encontrar aqui seu paraíso tropical; e, em termos mais amplos, na própria impossibilidade de contingentes mais amplos, num país pobre como o nosso, garantirem indefinidamente seu sustento com artesanato, aulas de ioga e que tais.

A grande vitória da Geração Woodstock foi ter conseguido arrancar os Estados Unidos do Vietnã. E seu exemplo repercute até hoje no ativismo em defesa do meio ambiente e a favor de algumas causas justas.

Além disto, ela entronizou a imagem do jovem como centro do universo do consumo, em substituição ao modelo rígido do pai de família, daí derivando a descontração no vestir, no falar e no comportamento.
E ainda lançou alguns modismos que hoje estão em menor evidência, como o ioga, a macrobiótica, o ocultismo e a agricultura natural (sem defensivos e fertilizantes).
Não perduraria, entretanto, aquela militância política idealista e generosa: as gerações seguintes se desinteressaram de mudar o mundo, voltando a priorizar a ascensão profissional e social. O rock, depois de uma fase intensamente criativa e experimental, voltou aos caminhos seguros do marketing.

As drogas, ao invés de abrirem as portas da percepção, se tornaram instrumentos para a fuga à realidade e a ilusão de onipotência, cada vez mais pesadas, até que se chegou ao pesadelo do crack. E o amor livre degenerou em sexo casual, promiscuidade e Aids.

O sonho acabou? Talvez. Mas, quem o partilhou só lamenta que haja durado tão pouco e tenha sido substituído por uma realidade tão insossa.

Eu prefiro mesmo é a postura do inesquecível Raulzito: ele nunca deixou de acreditar que a roda da fortuna giraria de novo, trazendo de volta, desta vez para ficar, o  paraíso-agora!  que iluminou nossas vidas por um fugaz instante... e, mesmo assim, marcou-nos para sempre.

Oh, baby, a gente ainda nem começou!





sábado, 16 de fevereiro de 2013

Coreia do Norte responde as provocações do imperialismo ianque com novo teste nuclear! Pelo direito de autodefesa do Estado operário!






 Por Liga Bolchevique Internacionalista

O Estado operário norte-coreano (RPDC) acaba de realizar seu terceiro teste nuclear, com a detonação de uma bomba mais leve, menor e mais potente do que as usadas em 2006 e 2009. 

O Conselho de Segurança da ONU logo condenou o teste e a Casa Branca ameaçou com novas sanções, alegando que o considera “uma ameaça à segurança americana”.

 No texto da declaração aprovado pelas Nações Unidas, com o voto de China e Rússia, os 15 países membros afirmaram que a Coreia do Norte “desrespeitou” três resoluções anteriores, incluindo a 2087, votada no mês passado. 

Obama no seu discurso da União declarou que “O perigo representado pelas atividades ameaçadoras da Coreia do Norte demanda da comunidade internacional ações imediatas e dignas de crédito”. 

Tal declaração é uma farsa, já que o teste é um ato de autodefesa do Estado operário norte-coreano diante das provocações do imperialismo. 

O teste foi o primeiro conduzido sob o comando de Kim Jong-un, o novo dirigente da burocracia stalinista que substituiu seu pai, Kim Jong-il, há pouco mais de um ano e conseguiu o objetivo de dominar a tecnologia para disparo de armas nucleares contra alvos predeterminados. 

O desenvolvimento dos programas de energia nuclear e comunicação na Coreia do Norte é uma necessidade de obtenção de uma alternativa de fonte energética e de monitoramento climático-militar diante do brutal bloqueio a que o país está submetido, tecnologia fundamental para possibilitar que Estado possa desenvolver projetos nesse setor com condições de enfrentar os períodos de adversidade climática, marcado também por secas e inundações. 

Nesse sentido, esta estrutura de energia atômica legitimamente desenvolvida também pode e deve ser utilizada pelo Estado operário norte-coreano para se defender das ameaças do imperialismo norte-americano através de seu enclave, a Coreia do Sul e o Japão, onde os EUA mantém bases militares desde o final da Segunda Guerra Mundial.

Frente à reação do imperialismo ianque e seus organismos, a Coreia do Norte lançou um comunicado em que declara: “O objetivo principal do atual teste nuclear é demonstrar a indignação do nosso exército e povo ante o ato hostil criminoso dos EUA, a vontade e a capacidade da Coreia de Songun de defender a todo custo a soberania do país.

 Nosso teste nuclear é uma medida justa de autodefesa que não contravém qualquer lei internacional. Já faz muito tempo que o império colocou a RPDC na lista de alvos de golpes nucleares preventivos; enfrentar, através do poder nuclear dissuasivo, a essa recrudescente ameaça nuclear dos EUA é uma medida de autodefesa absolutamente justa.

 Caso escolha o caminho de confrontação, o mundo verá corretamente como defenderão até o fim os uniformizados e os civis da RPDC a sua dignidade e soberania no combate de vida ou morte entre a justiça e a injustiça e com isso, acolherão com o triunfo final, o grande evento revolucionário da reunificação da pátria”. Principal “aliada” de Pyongyang, a China declarou que se opõe “firmemente” ao teste e pediu ao país vizinho que não realize ações capazes de piorar a situação na região. 

A imprensa pró-imperialista faz todo um alarde acerca dos testes nucleares promovidos pela Coreia do Norte, afirmando serem uma “ameaça à humanidade”. 

Oculta, criminosamente, que só na Coreia do Sul, um enclave criado e militarizado pelos EUA, há um contingente militar acima de 40 mil soldados, mais de mil ogivas nucleares apontadas para o Norte.

 Como explicar que a Coreia do Norte não pode lançar um satélite ou inclusive testar um míssil de longo alcance, se quem a condena, os EUA, têm 439 satélites em órbita, sendo 98 deles para uso especificamente militar?

O certo é que com a morte do Kim Jong-Il a pressão pela restauração capitalista, que ganhou grande incremento com a liquidação contrarrevolucionária da URSS e a conversão da China ao capitalismo, vem se recrudescendo para impor o fim do Estado operário norte-coreano. 

A política contrarrevolucionária da burocracia stalinista, hoje formalmente dirigida por Kim Jong-un, mas de fato controlada pelos generais do exército, está buscando uma mediação com as potências imperialistas através da China para uma transição ordenada ao capitalismo. 

Porém, a tomar como exemplo os planos do imperialismo para a Síria e a investida “democrática” contra Putin na Rússia, o imperialismo deve pressionar para haver uma ruptura por dentro do aparato estatal, ainda mais com uma liderança frágil a frente do Estado e do PTC. 

O controle de como será esse processo e quem o comandará é justamente o ponto de tensão entre a China e o imperialismo ianque. 

A Casa Branca está se aproveitando do quadro de instabilidade interna na Coreia do Norte para acelerar o processo de restauração capitalista no país a seu modo e patrocinar grupos civis que busquem insuflar protestos made in CIA no Estado operário norte-coreano aos moldes dos que vem patrocinando no Oriente Médio e na Rússia.

 Com o fim da URSS e a perda dos parceiros comerciais do Leste europeu, a Coreia do Norte viu sua economia contrair-se em 30% nos cinco anos que se seguiram a 1991. Restou a China, hoje convertida ao capitalismo. 

A intensa reação ideológica mundial patrocinada pela mídia imperialista e o cerrado bloqueio econômico tendem, cada vez com maior intensidade, a estrangular o Estado operário, aumentando as tensões intraburocráticas.

Oficialmente, a Coreia do Norte está em situação de guerra contra os EUA e a Coreia do Sul, o armistício de Panmunjom, assinado em 1953, apenas estabeleceu uma trégua temporal entre os dois lados. 

O imperialismo ianque sabe que ao contrário de 1953, a Coreia do Norte não pode mais apoiar-se na URSS, hoje Rússia, e tampouco na China. 

Como diz o provérbio popular, que a vingança é um prato que se deve saborear a frio, os EUA esperam pacientemente responder a humilhante derrota sofrida na Guerra da Coreia, que só não foi maior devido à política stalinista de Mao Tsé Tung de contenção da revolução em toda a Ásia e Europa. 

Para os marxistas leninistas a tarefa da unificação socialista da Coreia se mantém tão vigente como na década de 50, mas sabemos muito bem que o primeiro passo para concretizar este objetivo passa pela derrota política e militar do imperialismo ianque, obstinado em liquidar as conquistas operárias ainda existentes na RDPC. 

Convocar o proletariado mundial, em particular a poderosa classe operária sul-coreana a defender incondicionalmente a Coreia do Norte, o que não significa em hipótese alguma depositar a menor confiança política no regime stalinista, como nos ensinou o “velho” Trotsky, “lutamos lado a lado de Stalin contra os inimigos da revolução, para depois acertarmos nossas próprias contas”. 

Como genuínos revolucionários, jamais nos somamos à sórdida e criminosa campanha da Casa Branca que sataniza o regime político da Coreia do Norte para debilitar o Estado operário; ao contrário, defendemos incondicionalmente suas conquistas sociais revolucionárias. 

Justamente por esta razão, nos opomos a essa “trégua nuclear” que a China deseja impor a Coreia do Norte e reivindicamos o legítimo direito de defesa da Coreia do Norte, inclusive utilizando seu arsenal bélico nuclear, para responder às provocações imperialistas. 

Para tanto, é preciso que o proletariado norte-coreano se oponha ao processo de restauração capitalista, seja pelas mãos da China ou dos EUA, pela via de uma revolução política para colocar à frente do Estado operário um autêntico partido comunista como alternativa proletária à empedernida burocracia stalinista.

Do Blogue: 

Ainda como complemento desta postagem da LBI, eu aproveito e resgato uma outra matéria que publiquei neste Luta Total e também no outro do Wordpress, onde se relata que setores do exercito brasileiro também defendem a construção de uma artefato nuclear (mesmo que rudimentar), como forma de dissuasão da ambição internacional aos recurso nacionais e na imposição de seus interesses estratégicos e expansionistas. 

Veja no link abaixo:
http://lutatotal.wordpress.com/2010/08/29/o-alerta-do-dia-do-soldado/

domingo, 10 de fevereiro de 2013

EXÉRCITO FAZ A COMISSÃO DA VERDADE DE GATO E SAPATO





 Por Celso Lungaretti -Jornalista e escritor

Logo que surgiram as primeiras especulações sobre quem integraria a Comissão Nacional da Verdade, dando como favas contadas que a presidente Dilma Rousseff honraria a INCONCEBÍVELINACEITÁVEL eDESONROSA promessa feita à bancada evangélica no Congresso,de não indicar nenhuma vítima direta da --militante torturado(a) pela-- ditadura de 1964/85, lancei minha anticandidatura, primeiramente como forma de protesto. 

NUNCA ADMITIMOS SER IGUALADOS AOS NOSSOS ALGOZES, que tentam justificar suas atrocidades com a  desconversa de que os dois lados cometeram excessos. E o veto tanto aos criminosos da ditadura quanto aos antigos resistentes significava exatamente isto, a presunção de que ambos seriam identicamente inconfiáveis.     

Pensei também numa remota hipótese de mexer com os brios da esquerda, fazendo com que ela saísse de sua tradicional posição majoritária de atrelamento incondicional ao governo petista (enquanto a minoritária é de apenas negar tudo que o governo do PT faz e ficar de fora criticando). Sonhava vê-la levantando a bandeira da não capitulação diante dos parlamentares reacionários.

A presença de pelo menos um membro aguerrido seria fundamental para dificultar a previsível acomodação diante da resistência da caserna à revelação da verdade. 

Alguém precisava pagar para ver quando os militares blefassem, como blefaram no célebre episódio do ultimatum do alto comando do Exército ao Governo Lula, em 2007 (vide aqui).  

Sabendo que meu nome não uniria a esquerda, várias vezes citei o companheiro Ivan Seixas, o grande responsável pelo resgate das ossadas de Perus, como segunda possibilidade. Se houvesse alguma mobilização para apoiá-lo, eu seria o primeiro a aderir, abdicando da minha anticandidatura.

Clamei no deserto. Os petistas e os caudatários do petismo se comportaram como tais e não como sobreviventes de uma carnificina na qual foram imolados alguns dos melhores cidadãos que este país já produziu. E os derrotistas deram a batalha por perdida sem sequer travá-la, como sempre.

Empossada há nove meses, o que essa domesticada comissão da verdade realmente produziu, afora a correção de um atestado de óbito famoso, retumbantes divulgações acerca do que todos estávamos carecas de saber e miudezas em geral? Valeu a pena a esquerda ter trocado a exigência de cumprimento da decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos, de punição dos carrascos do Araguaia, por prêmio de consolação tão ínfimo?

Se alguém ainda tinha dúvidas a respeito do verdadeiro papel dessa CNV, a entrevista que o escritor Marcelo Paiva deu à Folha de S. Paulo neste sábado (09) é suficiente para as desfazer, ao revelar que, sob seu nariz, os militares sequestraram o arquivo confidencial do coronel Júlio Miguel Molinas, ex-chefe do DOI-Codi do Rio de Janeiro: 
"...um dia depois da morte dele [1º/11], houve uma operação do Exército que cercou a casa e levou caixas e caixas de documentos. A CNV é que deveria ter chutado a porta do cara com um grupo de investigadores de alto nível, porque afinal é uma comissão oficial do governo brasileiro. Devia ter pegado essas caixas".
Adiante, o Exército entregou à CNV apenas e tão somente os textos referentes ao assassinato de Rubens Paiva e ao atentado do Rio Centro. O que mais haveria? 

Nunca saberemos, pois, mesmo que a Comissão exija agora o acervo total, não haverá como determinar-se se foram subtraídos os documentos mais melindrosos. O Exército tem uma longa tradição de os incinerar, como até o Fantástico contatou, no episódio da base aérea de Salvador (vide aqui). 

Isto para não falar da grande queima de arquivos do segundo semestre de 1981, quando quase 20 mil documentos secretos foram reduzidos a cinzas (vide aqui).



LUTA TOTAL: Diante dos comentários do Jornalista Celso Lungaretti autor desta postagem, eu reforço com uma publicação que fiz no Jornal A Noticia, dias após os acontecimentos da Base Aérea de Salvador, veiculado pelo programa "Fantástico" da Rede Globo.



 Veja nesta matéria abaixo que segue no link com o título de: 


Queima de Arquivos na caserna

Carlos Alberto Bento da Silva
"Fico abismado e indignado ao ver documentos de importância vital para a história do Brasil serem queimados e jogados no lixo, ao arrepio da lei"


E


m 1970, aos 15 anos de idade, me alistei no serviço militar obrigatório e em 1971 já estava servindo no Exército. 

Entrei para o Pelotar do 22º Grupo de Artilharia de Campanha, em Uruguaiana/RS. 

O comandante daquela unidade militar, era o ten cel Dickson Melges Grael, um paraquedista. Em 1972, dei baixa do 22º GAC.

 Em janeiro de 1973 fui reincluído no Exército e designado a servir no 18º B.I.Mtz. 

Era integrante da 2ª Cia Op (Companhia de Operações Especiais), unidade especializada em contra-guerrilha e de assalto. 

A unidade era formada por vários paraquedistas e comandos de sobrevivência e guerra na selva. Da 2a Cia de Operações Especiais, alguns militares participariam da Guerrilha do Araguaia, mas não sei precisar o número. 

O treinamento era forte, faziam parte de uma coluna descaracterizada (a paisana, em atividades civis diversas). 

O que me deixava intrigado era o fluxo de presos civis no quartel. Era comum o translado de presos políticos de uma unidade militar para outra.

 As mais utilizadas eram a 1ª Cia de Guardas e o 3º BPE, além do QG do 3º Exército. O objetivo, era dificultar a sua localização. 

O fato de uma tropa de elite manter sob sua guarda prisioneiros políticos e civis já é motivo suficiente para se exigir a entrega de todos os documentos referentes a este período.

 A censura era uma constante até mesmo entre militares. Naquele momento e em várias partes do Brasil, as dependências do DOI-CODI (Departamentos de Operações Interna - Centro de Operações de Defesa Interna) e várias unidades do Exército estavam lotadas de pseudo subversivos. 

Muitos morreriam torturados, enquanto outros desapareceriam. Contrariado com tudo que presenciei e, passei a entender, decidi desertar. Saí de licença por uns dias e nunca mais retornei. 

A partir daí, minha vida mudou por completo. Em 1975 e após ter fugido para a Argentina, retornei ao Brasil e perambulei por vários Estados, levando uma vida esguia e anônima.

 No ano de 1981, em Porto Alegre, entrei numa lanchonete, deparei com o cabo Dias (armeiro da 2ª CIA OP), que avisou-me que eu estava sendo procurado. 

Para o Exército, naquele período, deserção é traição. No meu caso, a lei de anistia de 1979 teria validade? Assustado, em outubro de 1982 tentei asilo na embaixada da França, foi uma decepção.

 Hoje fico abismado e indignado de ver documentos de importância vital para a história do Brasil, ser queimados e jogados no lixo e, o que é pior, ao arrepio da lei e do estado de direito. 

Aos generais detentores de comandos importantíssimo e da segurança nacional, ficará o débito da cumplicidade e da autoria deste crime de lesa-pátria, que é a queima da memória e da história política recente. 

Ao presidente Lula fica patenteado sua incompetência e fragilidade frente a uma questão moral e jurídica que assola o País. 

Existem alguns generais que ainda se comportam como no tempo da ditadura e da lei do mais forte. Recentemente, o general brasileiro das tropas invasoras do Haiti dirigiu-se aos governantes brasileiros com arrogância.

 Toda vez que autoridades do governo Lula comentam alguma coisa sobre o período da ditadura militar, são prontamente rotulados de revanchistas. 

Da mesma forma acontece o recuo destas autoridades, que vacilam e temem alguma reação da parte de setores militares, que em nenhum momento acataram ou cumpriram a lei de anistia engendrada por eles próprios. 

A maior comprovação está na reação, no monitoramento e no fichamento de lideranças políticas e militantes dos movimentos populares em todo o Brasil. 

Recentemente, lideranças populares de São Paulo denunciaram este tipo de ação patrocinada pelo governo Alckmin. 

Ao presidente Lula, caberá demitir e afastar todo e qualquer funcionário público envolvido nestas ações criminosas, incluindo aí os militares, que são pagos com o dinheiro dos impostos recolhidos da população.

Carlos Alberto Bento da Silva, militante do PSTU em Florianópolis