Social-Democracia é uma ideologia política de esquerda surgida no fim do século XIX por partidários do marxismo que acreditavam que a transição para uma sociedade socialista poderia ocorrer sem uma revolução, mas por meio de uma evolução democrática.
A
ideologia social-democrata prega uma gradual reforma legislativa do sistema capitalista a fim de torná-lo mais igualitário,
geralmente tendo em meta uma sociedade socialista.
O conceito de social-democracia tem mudado com
o passar das décadas desde sua introdução.
A diferença fundamental entre a
social-democracia e outras formas de socialismo, como o marxismo ortodoxo, é a
crença na supremacia da ação política em contraste à supremacia da ação econômica
ou determinismo econômico sócio industrial. Isto ocorre desde o século XIX.
Historicamente, os partidos social-democratas advogaram o
socialismo de maneira estrita, a ser atingido através da luta de classes.
No início do século XX, entretanto, vários partidos socialistas começaram a rejeitar a revolução e outras idéias tradicionais do marxismo como a luta de classes, e passaram a adquirir posições mais moderadas.
No início do século XX, entretanto, vários partidos socialistas começaram a rejeitar a revolução e outras idéias tradicionais do marxismo como a luta de classes, e passaram a adquirir posições mais moderadas.
Essas posições mais moderadas incluíram uma
crença de que o reformismo era
uma maneira possível de atingir o socialismo.
No entanto, a social-democracia moderna
desviou-se do socialismo, gerando adeptos da idéia de um Estado de bem-estar social democrático, incorporando elementos
tanto do socialismo como do capitalismo.
Os
sociais-democratas tentam reformar o capitalismo democraticamente através de
regulação estatal e da criação de programas que diminuem ou eliminem as injustiças sociais inerentes ao capitalismo, tais como Bolsa Família e Opportunity
NYC.
Esta abordagem difere significativamente do
socialismo tradicional, que tem como objetivo substituir o sistema capitalista
inteiramente por um novo sistema econômico caracterizado pela propriedade
coletiva dos meios de produção pelos trabalhadores.
Atualmente em vários países, os sociais-democratas atuam em
conjunto com os socialistas
democráticos, que se situam à esquerda da social-democracia no espectro político.
No final
do século XX, alguns partidos social-democratas, como o Partido Trabalhista britânico, o Partido Social-Democrata da Alemanha e o Partido
da Social-Democracia Brasileira começaram
a flertar com políticas econômicas liberais,
originando o que foi caracterizado de "Terceira Via". Isto gerou,
além de grande controvérsia, uma grave crise de identidade entre os membros e
eleitores desses partidos.
HISTÓRIA
Pré-Segunda Guerra Mundial
Muitos
partidos da segunda metade do século
XIX se definiam como sendo sociais
democratas, tais como a Associação Geral dos Trabalhadores Alemães, o Partido
Social Democrata dos Trabalhadores da Alemanha (que se fundiram para dar origem
ao Partido Social-Democrata da
Alemanha ou SPD), a Federação
Social Democrata Britânica e o Partido Operário Social-Democrata
Russo.
Na maioria dos casos, estes partidos eram
declaradamente socialistas revolucionários, visando não só introduzir o
socialismo, mas também a democracia em nações com poucas instituições
democráticas.
A maioria
destes partidos era influenciada pelas obras de Karl Marx e Friedrich
Engels, que na época estavam trabalhando para influenciar a política européia
continental em Londres.
O movimento social democrata moderno se concretizou através de uma
ruptura no movimento socialista no início do século
XX. Em linhas gerais, esta ruptura se originou na divisão de crenças entre
aqueles que insistiam na revolução política como pré-condição para atingir o
socialismo e os que defendiam que era possível e desejável atingir o socialismo
através de uma evolução política gradual.
Muitos
movimentos relacionados, como o pacifismo, o anarquismo e o sindicalismo começaram a irromper em todo o mundo
na mesma época; estes grupos eram, muitas vezes, formados por indivíduos que se
separaram do movimento socialista preexistente e mantinham uma série de
objeções diferentes ao marxismo ortodoxo.
Os sociais democratas, que fundaram as principais organizações
socialistas da época, não rejeitavam o marxismo.
Um número significativo de indivíduos no movimento social democrata queria revisar alguns dos raciocínios de Marx, a fim de promulgar uma crítica menos hostil ao capitalismo.
Um número significativo de indivíduos no movimento social democrata queria revisar alguns dos raciocínios de Marx, a fim de promulgar uma crítica menos hostil ao capitalismo.
Eles argumentavam que o socialismo deveria ser
atingido através da evolução da sociedade, ao invés da revolução. De fato, Marx
havia declarado ser possível estabelecer o comunismo ou socialismo por uma
revolução pacífica e democrática em alguns países.
Essa idéia
também foi avançada por Friedrich Engels e, principalmente, por Karl Kautsky.
O revisionismo também buscava alterar alguns pontos teóricos básicos do marxismo, principalmente devido à influência do darwinismo e de Immanuel Kant.
O revisionismo também buscava alterar alguns pontos teóricos básicos do marxismo, principalmente devido à influência do darwinismo e de Immanuel Kant.
Esta
visão era fortemente condenada pelos socialistas revolucionários, que
argumentavam que qualquer tentativa de reformar o capitalismo estava fadada ao
fracasso, uma vez que os reformistas seriam gradualmente corrompidos e,
eventualmente, se transformariam em capitalistas eles próprios.
Apesar das diferenças, os reformistas e os socialistas
revolucionários permaneceram unidos durante a Segunda
Internacional até a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
Uma
opinião dissonante sobre a legitimidade da guerra provou ser a gota d'água
desta união tênue.
Os
socialistas reformistas apoiavam seus respectivos governos nacionais na guerra,
um fato que foi visto pelos socialistas revolucionários como as traições
definitivas contra a classe trabalhadora.
Os
socialistas revolucionários acreditavam que esta postura traiu o princípio de que
os trabalhadores de todas as nações deveriam unir-se na derrubada do
capitalismo, e lamentaram o fato de que geralmente as pessoas de classes mais
baixas é que são as enviadas para lutar e morrer na guerra.
Discussões amargas surgiram dentro dos partidos socialistas, como
por exemplo, entre Eduard
Bernstein, líder socialista reformista, e Rosa
Luxemburgo, líder dos socialistas revolucionários, dentro do SPD na Alemanha.
Eventualmente,
após a Revolução Russa de 1917, a
maioria dos partidos socialistas do mundo se viram fraturados.
Os socialistas reformistas mantiveram o nome
de social democrata, enquanto que os socialistas revolucionários começaram a
chamar a si mesmos de comunistas, formando o movimento comunista moderno.
Estes partidos comunistas logo formaram uma
internacional exclusiva deles, a Terceira
Internacional, conhecida mundialmente como Comintern.
Na década de 1920,
as diferenças doutrinárias entre os sociais democratas e os comunistas de todas
as facções (marxistas ortodoxos, como os bolcheviques) tinham solidificado.
Estas diferenças só se tornaram cada vez mais dramáticas com o passar dos anos.
Pós-Segunda Guerra Mundial
Após a Segunda
Guerra Mundial, na seqüência da cisão entre os social-democratas e comunistas, outra
divisão surgiu no âmbito do próprio movimento social democrata.
Os que acreditavam que ainda era necessário
abolir o capitalismo (sem revolução) e substituí-lo por um sistema socialista
democrático através da via parlamentar se opunham àqueles que acreditavam que o
sistema capitalista poderia ser mantido, mas precisava de uma reforma drástica,
como a nacionalização das grandes empresas, a implementação
de programas sociais (educação pública, sistema de saúde universal, e assim por
diante) e a redistribuição parcial de riqueza através da criação de um estado de bem-estar permanente baseado
na tributação progressiva.
Eventualmente, a maioria dos partidos social democratas se viram
dominados pela última visão e na era pós-Segunda Guerra Mundial abandonaram por
completo o compromisso de abolir o capitalismo.
Por
exemplo, em 1959, o SPD aprovou o Programa
Godesberg, que rejeitou a luta de classes e o marxismo.
Enquanto
os termos "social democrata" e "socialista democrático"
continuaram a ser utilizados de forma indiscriminada desde então, até a década
de 1990, no mundo anglófono, pelo menos, os termos ainda denominavam,
respectivamente, adeptos da visão de que não era mais necessário implementar o
socialismo e de que ainda era necessário implementar o socialismo.
Na Itália, o Partido Socialista Democrático Italiano, fundado em 1947,
deu as bases para aquilo que ficaria mais tarde conhecido como "Terceira
Via"; uma aliança dos sociais democratas com os partidos de centro.
Desde o
final da década de 1980, com a
queda do Muro de Berlim, vários
partidos sociais democratas tradicionais adotaram a "Terceira Via",
tanto formalmente quanto na prática.
No Brasil, o Partido da Social Democracia
Brasileira surge como um partido
de "Terceira Via" propriamente dito, desconectado de sindicatos ou
outros movimentos trabalhistas, diferentemente dos partidos sociais democratas
tradicionais.
Os
sociais democratas modernos são, em geral, a favor de uma economia mista, o que
é capitalista sob vários aspectos, mas defendem explicitamente o suprimento governamental
de certos serviços sociais.
Muitos partidos sociais democratas trocaram seus objetivos
tradicionais de justiça social para questões como direitos humanos e
preservação ambiental.
Nisto, estão enfrentando um desafio crescente
dos Partidos Verdes, que vêem a ecologia como fundamental para a paz, exigindo
uma reforma da fonte de capital e promovendo medidas de segurança para garantir
um comércio que não fira a integridade ecológica.
Em países como a Alemanha, a Noruega e a Suécia,
os Verdes e Sociais Democratas cooperam em alianças chamadas de "vermelha-verde".
Na eleição de 2010 no Brasil, os verdes demonstraram ainda não
serem capazes de impor a sua identidade.
Em
diversos estados do país se apresentaram divididos após o primeiro turno.
Importantes lideranças declararam apoio a Dilma Roussef, petista e outros
enxergaram na eleição de Serra (frustrada) a possibilidade de um governo dentro
do seu programa.
Definição
Definição
A Internacional Socialista definiu a social-democracia como forma
ideal de democracia representativa, que pode solucionar os problemas
encontrados numa democracia liberal, enfatizando os seguintes princípios para
construir um estado de bem-estar social: primeiro, a liberdade inclui não
somente as liberdades individuais, entendendo-se por "liberdade"
também o direito a não ser discriminado e de não ser submisso aos proprietários
dos meios de produção e detentores de poder político abusivo.
Segundo, deve haver igualdade e justiça
social, não somente perante a lei mas também em termos econômicos e
socioculturais, o que permite oportunidades iguais para todos, incluindo
aqueles desfavorecidos física, social ou mentalmente.
Finalmente, defende-se ser fundamental que haja solidariedade e
que seja desenvolvido um senso de compaixão pelas vítimas da injustiça e
desigualdade.
Críticas
Para Lênin, o revisionismo era uma das
manifestações de um capitalismo burguês e reacionário, pois negava a
revolução e a democracia proletária em troca de uma democracia burguesa que
apenas mascara a luta de classes e, portanto, as idéias socialista e
igualitárias de Marx e Engels.
Os
pensadores Kautsky e Eduard
Bernstein, principais teóricos da social-democracia, foram duramente atacados
por Lênin, que os acusou de deturparem a teoria marxista e traírem o movimento proletário, sendo que o primeiro foi
considerado "renegado" pelo revolucionário russo.
O filósofo e pensador Walter
Benjamin considerou a
social-democracia duplamente culpada pela ascensão do nazismo na Alemanha,
pois ela menosprezou o movimento fascista
emergente na Europa, definindo-o
como um simples espasmo do capitalismo já declinante.
Outro
erro da social-democracia, para Benjamin,
foi criticar o comunismo como um movimento que precipita as
revoluções, criando atritos e desarticulando os dois partidos de esquerda que,
unidos, poderiam fazer frente ao avanço nazista na Alemanha.
Brasil
No Brasil, apenas um partido político – o Partido
Democrático Trabalhista (PDT) –
integra a Internacional
Socialista, órgão que reúne partidos identificados como representantes da
ideologia social-democrata em todo o mundo.
O principal líder do PDT, Leonel Brizola, fundou o partido após
ter perdido na Justiça o direito de usar a sigla do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) – partido de Getúlio Vargas extinto após o golpe de 1964 – para Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio.
O PTB também se define como representante da social-democracia, apesar de ser considerado atualmente um partido de centro-direita.
O PTB também se define como representante da social-democracia, apesar de ser considerado atualmente um partido de centro-direita.
O Partido da Social
Democracia Brasileira (PSDB) é o único partido do país a trazer a
nomenclatura social-democracia em sua legenda.
É
representante da terceira via,
atuando em defesa de uma proposta social-democrata de menor controle estatal
sobre a economia.
Entre suas ações enquanto governo estiveram a privatização de alguns setores estatais, o
fortalecimento das agências
reguladoras, a redução de gastos públicos, a defesa do direito à propriedade
intelectual e a implementação do Bolsa
Escola no âmbito federal.
O PSDB foi responsável, também, no Governo
FHC, pelo maior programa de Reforma Agrária da História do Brasil. [carece de
fontes]
Por influência de Brizola, o PSDB foi
rejeitado na Internacional Socialista, sob a alegação de que se aliara à
direita (PFL) para governar.
O maior rival do PSDB no cenário político brasileiro é o Partido dos Trabalhadores (PT). Partidos de origem semelhante, se
distanciaram na prática política. Ao
contrário do PSDB, o PT, ligado à Central
Única dos Trabalhadores (CUT),
nasceu com ampla base operária.
Histórico
defensor do socialismo por vias democráticas,
a atuação do PT no governo federal, onde faz a defesa de maior controle estatal
sob a economia e de programas de assistência
social como o Bolsa Família, fez com que
especialistas identificassem o PT como um partido social-democrata, apesar da resistência de membros do
partido de se auto-intitularem como tal.
De fato, durante os últimos anos do governo Lula cresceu novamente a força
do grupo dentro do partido que ainda defende a "utopia socialista"
como objetivo final de sua luta.
Os quatro partidos citados acima estão entre os seis maiores do
país, com mais de um milhão de filiados cada.
Há também outros partidos menores que se
auto-declaram representantes da social-democracia, como o Partido Popular Socialista (PPS).
Cresce em importância o Partido
Socialista Brasileiro (PSB), que
na eleição de 2010 elegeu 6 dos 27 governadores do Pais.
Fonte: Wikipédia (Enciclopédia Livre da Internet).
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