Barbara
Daly Baekeland (Julianne Moore) é uma mulher bonita e carismática. Mas isso não
é suficiente para apagar o abismo de classes existente entre ela e seu marido,
Brooks (Stephen Dillane), o herdeiro da fábrica de plásticos Bakelite. Quando
Tony (Eddie Redmayne), o único filho do casal, nasce, essa delicada relação
desaba. Tony é visto pelo pai como um fracassado e, conforme amadurece, se
aproxima da solitária mãe. A história da socialite Barbara Baekeland chocou o mundo. Além de ela
manter relações sexuais com o seu filho, foi assassinada pelo mesmo. Com um
material desse em mãos, um filme pode alcançar brilhantismos dramáticos, mas
infelizmente não é isso que ocorre com Pecados Inocentes. O
roteirista Howard A. Roman criou seu roteiro (baseado no livro Savage
Grace, de Natalie Robins e Steven M. L. Aronson) de forma que a
história não girasse em torno do tal caso incestuoso da protagonista com o
filho e muito menos em torno do assassinato. Tanto, que esses acontecimentos só
são apresentados quando o filme está se encaminhando para o final.
Na realidade, o roteiro quer trabalhar as personalidades de cada um
dos personagens – temos a solidão complexa de Barbara, a mente confusa de Tony
e a inconstância de Brooks. Por mais que seja muito nobre da parte do
roteirista querer humanizar esses personagens para que no fim possamos entender
o porquê dos acontecimentos, o tiro saiu pela culatra. Pouca dramaticidade se
viu, a trama ficou completamente vazia e sem sentimentos e nem conseguiram o feito
de fazer com que simpatizemos com os personagens.
Frio e distante, Pecados
Inocentes tem uma
estética muito boa. A começar pelo visual, muito bem cuidado. Sem falar dos
belíssimos figurinos que já entram na lista dos melhores do ano. O que me
incomodou muito na parte técnica do longa foi a trilha sonora de Fernando
Velázquez. Totalmente inapropriada e incômoda, chegando em certos momentos ser
até mesmo brega, ela tenta imprimir, junto com a direção de arte, uma aura cult que não existe no longa. As composições
atrapalham determinadas cenas e um descanso para os ouvidos seria mais do que
agradável para a história do longa. Filmado até de uma forma um pouco amadora, Pecados
Inocentes desandou
por causa do roteiro e da direção irregular de Tom Kalin – que não acertou no
tom da história.
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