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domingo, 29 de julho de 2012

Eleições democráticas em Camboriú!



O que é o Partido Democrático Trabalhista? Como surgiu, e qual a sua historia?

Nesta postagem comentarei talvez minimamente as origens deste partido, que de fato eu não tenho nada a ver, mas, confesso, eu vi surgir, acompanhei a sua trajetória, sua luta, sua história. 

Deixo claro que tenho no PDT, como também tenho em outros partidos, vários amigos que, eu diria, de várias matizes ideológicas, quer seja de direita ou de esquerda.

Ora, eu tomo a liberdade de comentar sobre este partido, pelo fato de estar acompanhando alguns acontecimentos desde quando cheguei aqui em Camboriú, na verdade, proveniente de Florianópolis.

Bem, como a minha companheira é de uma família tradicional e centenária da cidade, semelhante às tantas outras dezenas aqui existentes, fica mais fácil justificar essa minha inteiração referente aos eventos políticos dos últimos quatro anos.

Na verdade, essa minha ingerência peculiar neste assunto, se explica na minha condição de militante político, porém, ressalvo de antemão, com extrema isenção nas avaliações que por ora faço e, também pela minha condição de jornalista profissional devidamente registrado no Ministério do Trabalho.

No meu entendimento, o fato anterior aos acontecimentos vigentes, principalmente aqueles comentados a boca pequena (ao pé dos ouvidos) em rodas de moradores (sic), direciona o assunto para os ocorridos contra a sede da prefeitura da cidade (atiraram contra a fachada do prédio, ninguém sabe a autoria), ainda nos meses passados e, mais recentemente, ainda nesta semana que finda, ocorreu um incêndio dito pela policia em suas avaliações preliminares, ser de perfil criminoso, ou seja, alguém ali ateou fogo no veiculo particular do Prefeito em exercício da cidade.

Trata-se na verdade do nosso vice-prefeito que exerce essa tratativa por conta do pedido de licença efetuado pela prefeita Luzia Mathias Coppi/PSDB.


Bem, todos nós sabemos, e, é de conhecimento público que o ex- Prefeito Edinho tem contra si duas ações promovidas pelo ministério publico estadual. Sendo uma criminal e outra política, aliás, eu faço essa distinção, pelo fato de não ser portador de uma matéria que possa constranger ou difamar o ex-prefeito, que, mesmo eu sendo jornalista, ainda assim, nesta e tão somente nesta, eu não sou o porta-voz de injustiçados e tampouco da justiça, é obvio. Portanto deixo claro essa minha posição.

Como qualquer outro cidadão, eu sei desde há muito tempo dos entreveros divulgados pela imprensa nanica e pelos grandes jornais, afinal, freqüento esta cidade desde 1996 e resido aqui desde 2008,.

Sendo assim, sei também que o ex-prefeito é, mesmo, e, apesar do que pesa sobre si, um cidadão que fora considerado um bom prefeito. 

E, mesmo tendo contra si, outras acusações que não cabe a um jornalista ficar esmiuçando a torto e a direito (popularmente falando) como se um juiz fosse. Quem é que não tem telhado de vidro?

Neste caso, eu comento com toda desenvoltura a capacidade e o discernimento que uma pessoa, (e, por favor, não me tache de defensor de algures ou partes em pendengas jurídica ou política), de que um político que fora bem sucedido nas urnas nas eleições de outrora, que também é bem quisto por uma boa parcela da comunidade Camboriuense, iria sujar a sua reputação com atitudes chulas como essas que nominei mais acima.



Ora, um político da envergadura eleitoral e popular como o ex-prefeito de Camboriú, não perderia tempo com essas ínfimas mazelas, que no fundo mesmo, são apenas ações de efeitos psicológicos para deleite do nada com o nada que, certamente esta sendo patrocinada por pessoas com interesses em atingir um ou outro candidato.

 Politicamente falando, a fila anda e o tempo cobra os erros que venhamos a cometer.

Esse fato se verifica nos resultados das urnas em qualquer pleito eleitoral do qual venhamos a participar.


 De fato mesmo, quem sai perdendo é a cidade de Camboriú que, pasmem, fica sendo vista no cenário nacional como terra de pistolagem política, sem que isso seja um fato verdadeiro.

Por outro lado, fica evidente a grande responsabilidade que todos nós temos em relação a preservação do processo eleitoral e democrático que engrandece  os novos tempos pós ditadura militar.


E, ademais, estamos em Santa Catarina, um dos estados mais próspero e feliz do país, mesmo com as contradições existentes no campo da justiça social.

Contrariando o zum -zum característico, e, logo após os últimos acontecimentos, precisamos entender que acima de falácias, existem partidos políticos sérios e comprometidos com a democracia e o desenvolvimento econômico e social da cidade, neste caso, o PDT é um partido que poderemos chamar como sendo  um dos navios capitânias desta empreitada histórica, que é, fazer de Camboriú uma cidade de justiça social.



O PDT - Partido Democrático Trabalhista, é um partido político brasileiro de centro-esquerda e de ideologia trabalhista, fundado por políticos e intelectuais brasileiros no final da década de 1970, logo após o início do processo de abertura política da ditadura militar. Seu número eleitoral é o 12. 

 O PDT é o único partido brasileiro a integrar a Internacional Socialista.
É o partido de origem da atual presidente Dilma Rousseff, que o trocou pelo Partido dos Trabalhadores no ano 2000, pelo convite do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e amigo do fundador do partido Leonel de Moura Brizola.

É, com efeito, uma das legendas de situação do atual governo, estando à frente do Ministério do Trabalho e Emprego.

O trabalhismo do PDT
Com a anistia política e o fim do bipartidarismo no final dos anos 1970, Leonel Brizola, ainda no exílio, resolve reunir políticos e intelectuais progressistas para a re-fundação do trabalhismo na vida partidária nacional. 

É nesse sentido que um congresso é realizado na cidade de LisboaPortugal culminando ao final com a redação de um documento que ficou conhecido como Carta de Lisboa, e que é considerada como sendo da fundação do PDT.

Nesse momento, o trabalhismo que viria a ser adotado pelo PDT sofre uma certa mutação. Tendo maior contato com os ideais socialistas e social-democratas do Estado do bem-estar social dos países europeus durante a segunda metade do século XX, políticos que viriam a formar a liderança do PDT, resolvem patrocinar uma evolução no conceito trabalhista, considerando-o como sendo uma forma democrática de se chegar ao socialismo, o que não existia no trabalhismo defendido nas décadas anteriores.

Essa evolução pode ser confirmada pelo seguinte trecho da Carta de Lisboa:
“Analisando a conjuntura brasileira, concluímos pela necessidade de assumirmos a responsabilidade que exige o momento histórico e de convocarmos as forças comprometidas com os interesses dos oprimidos, dos marginalizados, de todos os trabalhadores brasileiros, para que nos somemos na tarefa da construção de um Partido Popular, Nacional e Democrático, o nosso PTB (antigo). Tarefa que não se improvisa, que não se impõe por decisão de minorias, mas que nasce do encontro do povo organizado com a iniciativa dos líderes identificados com a causa popular.

Nós, Trabalhistas, assumimos a responsabilidade desta convocatória, porque acreditamos que só através de um amplo debate, com a participação de todos, poderemos encontrar nosso caminho para a construção no Brasil de uma sociedade socialista, fraterna e solidária, em Democracia e em Liberdade.”

“Art. 1 – O Partido Democrático Trabalhista – PDT – é uma organização política da Nação Brasileira para a defesa de seus interesses, de seu patrimônio, de sua identidade e de sua integridade, e tem como objetivos principais lutar, sob a inspiração do nacionalismo e do trabalhismo, pela soberania e pelo desenvolvimento do Brasil, pela dignificação do povo brasileiro e pelos direitos e conquistas do trabalho e do conhecimento, fontes originárias de todos os bens e riquezas, visando à construção de uma sociedade democrática e socialista.”

Como podemos ver o PDT é um partido comprometido com o bem estar social.
É por isso que temos a certeza de que, mesmo o então prefeito Edson Olegário (Edinho) tendo saído do PSDB por motivos pessoais, ainda assim será um candidato leal aos princípios pedetista, na busca da igualdade social com democracia.

Não podemos cair na conversa ou no lamaçal daqueles que querem transformar um direito democrático, do qual possuímos, em um inferno psicológico patrocinado por pessoas que apenas almejam tumultuar as relações entre partidos políticos e cidadãos.

Vamos lutar por isso democraticamente e deixar que as instituições competentes resolvam os problemas que eventualmente temos na nossa individualidade.

Camboriú terá sim, as melhores e mais calmas eleições de todos os tempos.

Fonte auxiliar: Wikipédia


sábado, 28 de julho de 2012

As eleições em Camboriú serão as mais tranquilas de sua história!



As eleições municipais na cidade de Comboriu serão as mais tranquilas de todos os tempos!

Por que?

     Eu diria que a historia de lutas do PDT no Brasil e, logo após a sua fundação por Leonel Brizola e dezenas de militantes históricos, incluindo aí intelectuais e ex exilados políticos, faz deste partido uma referencia na defesa da democracia e na busca constante da justiça social, mesmo sendo o PDT um partido que oscila entre o Socialismo Democrático e a Centro-Direita.

Pra mim que conheci o Brizola, Glênio Perez e Alceu Colares lá no Rio Grande do Sul, não terei dificuldades em fazer esses comentários...

      Por ser um partido de cunho nacionalista e trabalhista, o PDT abomina todo e qualquer ato de violência eleitoral e política.

     Não devemos jamais esquecer da chamada "legalidade" dos anos 60, período em que essa premissa foi exercitada e defendida pelos trabalhistas liderados por Leonel Brizola.

     Estarei fazendo algum comentário sobre este tema que se afirma, no meu entendimento, por um ato tido como suspeito (começo a acreditar ser uma inverdade) de um atentado político (?), contra o Vice-Prefeito de Camboriu, Milton Antonio PSDB conforme esta reportagem do Jornal Linha Popular (local)



Carro de prefeito em exercício é incendiado

POSTADO POR LINHA POPULAR JULHO - 25 - 2012 - QUARTA-FEIRA

Carro estava estacionado no Monte Alegre (Foto: Divulgação/LP)
Na noite de ontem, o carro de Milton Antonio da Silva, prefeito em exercício de Camboriú, pegou fogo no distrito do Monte Alegre. Ele estava em uma reunião política quando o fato ocorreu. Nesta manhã, Milton prestou depoimento na delegacia do bairro. O delegado Alan Pinheiro de Paula confirmou que o incêndio foi criminoso. Informações completas sobre o caso na edição impressa de sexta-feira, do Linha Popular.



... Teremos sim uma eleição pautada pelo exercício pleno da cidadania e do respeito a nossa cidade.

Eis aqui as razões históricas neste sentido...

Sem exageros de minha parte, estarei comentando este assunto ainda neste sábado ou no domingo á noite.

 Aguardem...

sexta-feira, 27 de julho de 2012

LBI participa da reunião anual da SBPC realizando uma importante campanha de assinaturas do Jornal Luta Operária






Ocorreu entre os dias 22 a 26 de julho a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em São Luís, no Maranhão.

    A LBI esteve presente na atividade expondo  suas inúmeras publicações, acompanhando os debates políticos e científicos de maior importância. No curso desta SBPC a LBI desenvolveu uma importante campanha de assinaturas de sua principal publicação, o Jornal Luta Operária. 

    O JLO configura-se hoje no cenário da esquerda brasileira como o periódico mais regular (quinzenal) e dinâmico na análise e intervenção dos principais fatos da luta de classes.

     A recepção do JLO na SBPC surpreendeu até mesmo a equipe de editores que esteve presente no evento, realizando em apenas três dias mais de cem assinaturas anuais da imprensa operária.

     Ainda que modesto, o êxito da campanha de assinaturas do JLO na SBPC, é produto do reconhecimento da vanguarda militante em nosso país, que mesmo divergindo de nossa linha editorial guarda um profundo respeito pela seriedade do nosso trabalho de propaganda do marxismo revolucionário.


    O principal encontro científico da América Latina contou com a participação de 10 mil estudantes e professores de todo o país e aconteceu em meio à greve nacional dos docentes universitários. 

   Várias palestras “alternativas” discutiram o processo de sucateamento da universidade pública pelo governo Dilma e como organizar a resistência aos ataques do MEC as instituições federais de ensino.

   Durante a reunião, diversas obras clássicas de Marx, Engels, Lênin e Trotsky foram adquiridas pelos participantes da SBPC, com a banca de publicações da LBI constituindo-se em uma importante referência na defesa do socialismo científico como alternativa a barbárie imposta pelo senil modo de produção capitalista ao conjunto da humanidade.


Em meio à completa ausência de obras literárias referenciadas no marxismo na SBPC e da presença quase nula de correntes políticas de “esquerda” atuando de forma organizada, os militantes da LBI intervieram na reunião nacional aproximando uma série de companheiros que tiveram os primeiros contatos com o marxismo e da sua luta teórica e militante por tirar a humanidade do verdadeiro obscurantismo e da crise social que o capitalismo e sua “ciência” impõem ao planeta, tanto no terreno econômico, como político e ideológico. 

    Não por acaso, vários livros sobre a necessidade da defesa de Cuba e sobre a guerra de rapina da OTAN na Líbia foram vendidos justamente como parte desse combate político e teórico contra a ofensiva que o imperialismo mundial leva adiante para dominar novos mercados e destruir qualquer foco de resistência a seus domínios geopolíticos.


    Nesse sentido, a ampla repercussão do Jornal Luta Operária, particularmente o artigo intitulado “A descoberta da ‘Partícula de Deus’: a ‘última fronteira da ciência’ a serviço da reação contrarrevolucionária e ideológica do imperialismo”. 

    O debate em torno desse tema vem sendo utilizado pela mídia e pelos cientistas a soldo do capital para desviar o foco daquilo que realmente representa o “Bóson de Higgs”, ou seja, a possibilidade da humanidade existir sem a necessidade de um “princípio” religioso que dê sustentabilidade ideológica e política à permanência do sistema capitalista como imutável e eterno (como Deus!). 

    Como explicaram os militantes da LBI aos companheiros pretigiaram nosso banca na SBPC à resposta a esse debate somente poderá ser dada quando a civilização humana estiver despida dos preconceitos religiosos e da exploração alienante do homem, realidade que será possível com um novo modo de produção oriundo de uma revolução proletária voltado para o desenvolvimento material e intelectual de toda a sociedade e não de alguns poucos burgueses como é a sociedade socialista.

    Ao publicitar o marxismo revolucionário na reunião anual da SBPC, os militantes da LBI explanaram a uma série de companheiros que ao fundir dialética com o materialismo, Marx e Engels criaram o materialismo filosófico que concebe a natureza como matéria em movimento a partir da luta constante de forças em conflito. 

    O contato com a luta proletária e com o socialismo levou Marx e Engels a estender esta metodologia da natureza em geral à sociedade humana, descobrindo a lei do desenvolvimento da história do homem. 

    Os homens exigem antes de tudo comida, bebida, moradia e vestuário, antes de poder praticar a política, ciência, arte, religião. A existência determina a consciência. 

    A concepção materialista da História, base da doutrina marxista, exposta no Manifesto Comunista, é a ciência que permite aos revolucionários comunistas prognosticar, a cada época, as tarefas táticas e estratégicas para potenciar o proletariado organizado em sua luta contra a exploração e a opressão capitalista. 

    Foi justamente no terreno da estratégia proletária que residiu a maior contribuição de Marx, como o próprio assinalou: “Historiadores burgueses já haviam, muito antes de mim, apresentado o desenvolvimento histórico dessa luta de classes e os economistas burgueses, a anatomia econômica das classes. 

    O que fiz de novo foi demonstrar: 

1. que a existência das classes está vinculada meramente a determinadas fases históricas de desenvolvimento da produção; 

2. que a luta de classes conduz necessariamente à Ditadura do Proletariado; 

3. que essa Ditadura mesma constitui apenas a transição rumo à abolição de todas as classes e a uma sociedade sem classes” (Carta a J. Weydemeyer, 05/03/1852).


    Contribuições tão caras ao pensamento humano, como a necessidade inexorável da revolução social violenta assim como da ditadura do proletariado para que a sociedade humana avance desta fase para a abolição de todas as classes são os legados de Marx mais abominados pelos revisionistas oportunistas de todos os matizes que se dizem marxistas, desde Bernstein até os pseudotrotskistas de nossos dias, como o PSTU-LIT.

     A LBI, ao contrário desses revisionistas não se furtou de usar o espaço de debates na SBPC para defender essas teses, publicitando o marxismo revolucionário e apresentando o socialismo científico como uma alternativa à barbárie capitalista!


Disponível em:http://lbi-qi.blogspot.com.br/


domingo, 22 de julho de 2012

Atenção à Teoria - Leon Trotsky



 Leon Trotsky  27 de Fevereiro de 1922
 (carta)





Caros camaradas!

A ideia da publicação de uma revista que introduzisse a juventude proletária de vanguarda à esfera da concepção materialista do mundo parece-me extremamente valiosa e fecunda.

A geração mais velha de operários comunistas que desempenha hoje um papel dirigente no Partido e no país despertou para a vida política consciente há 10, 15, 20 anos ou mais. Sua reflexão iniciava o trabalho crítico com a polícia do tsar, com o apontador e o contramestre, subia até o tsarismo e o capitalismo e em seguida, no mais das vezes na prisão ou no exílio, orientava-se para questões de filosofia da história e do conhecimento científico do mundo. Assim, antes de atingir as questões mais importantes da explicação materialista do desenvolvimento histórico, o proletário revolucionário já conseguira reunir certo número de conclusões gerais que se expandiam cada vez mais do particular ao geral, baseado em sua própria experiência real de lutas. 

O jovem operário de hoje desperta no ambiente do Estado soviético, que é por si só uma crítica viva do velho mundo. Aquelas conclusões gerais, às quais a geração mais velha de operários chegava com muito custo e que se fixavam na consciência com os pregos firmes da experiência pessoal, atualmente são passadas aos operários da geração mais nova de forma pronta, diretamente das mãos do Estado em que vivem e do Partido que o dirige. É claro que isso representa um gigantesco passo adiante no sentido da criação dos requisitos para a futura educação política e teórica dos trabalhadores. Mas ao mesmo tempo, nesta etapa histórica incomparavelmente mais avançada, atingida pelo trabalho das gerações mais velhas, surgem novas tarefas e dificuldades para as jovens gerações.

O Estado soviético é uma negação viva do velho mundo, de sua ordem social, de suas relações pessoais e de suas concepções e crenças. Mas ao mesmo tempo esse Estado ainda está repleto de contradições, de falhas, de incoerências, de uma efervescência confusa – numa palavra, de fenômenos em que os restos do passado se entrelaçam com os germes do futuro. Numa época tão crucial, crítica e instável como a nossa, a educação da vanguarda proletária exige bases teóricas firmes e fortes. 

Para que os grandiosos acontecimentos, os poderosos ascensos e refluxos e as rápidas mudanças de tarefas e métodos no Partido e no Estado não desorganizem a mente do jovem operário nem quebrantem sua vontade mesmo antes de ele iniciar seu trabalho responsável independente, é indispensável munir seu pensamento e sua vontade com o método da concepção materialista do mundo.

Munir a vontade, e não somente o pensamento, dizemos, porque em tempos de enormes abalos mundiais, mais do que nunca, nossa vontade só se fortalece e se torna indestrutível sob a condição de apoiar-se na compreensão científica das condições e causas do desenvolvimento histórico.

Por outro lado, justamente em tempos cruciais como esses, especialmente o nosso, se ele arrastar-se longamente, isto é, se o ritmo dos eventos revolucionários no Ocidente mostrar-se mais vagaroso do que o esperado, potencializam-se ao extremo as tentativas das diversas escolas e seitas filosóficas idealistas e semi-idealistas de apoderar-se da consciência da juventude operária. 

Pegas de surpresa pelos acontecimentos – sem a rica experiência prévia da prática nas lutas de classe –, as mentes dos jovens operários podem mostrar-se indefesas às diversas doutrinas idealistas, que não são nada mais do que a tradução dos dogmas religiosos para uma linguagem pseudofilosófica. 

Todas essas escolas, apesar das diversas denominações idealistas, kantianas, empiriocriticistas e outras, no fim das contas convergem ao afirmar que a consciência, o pensamento, a cognição precede a matéria, e não o contrário.

A missão da educação materialista da juventude operária consiste em revelar-lhe as leis fundamentais do desenvolvimento histórico, sendo a mais importante delas aquela segundo a qual a consciência humana não constitui um processo psicológico livre e independente, mas uma função da base material econômica, isto é, a ela serve e por ela é determinada.

A subordinação da consciência aos interesses e relações de classe, e destes à organização econômica, torna-se mais notável, aberta e rude apenas em tempos revolucionários, em cuja insubstituível experiência nós devemos ajudar a juventude operária a fixar em suas consciências os fundamentos do método marxista. Mas isso não é tudo. As origens históricas e econômicas da própria sociedade humana moderna encontram-se no mundo histórico-natural. 

O homem moderno deve ser visto como o elo de toda uma evolução que começa na primeira célula orgânica, gerada, por sua vez, no laboratório da natureza, onde atuam as propriedades físicas e químicas da matéria. 

Quem aprendeu a examinar com olhos tão límpidos o passado do mundo, aí inclusas a sociedade humana, os reinos animal e vegetal, o Sistema Solar e os infinitos sistemas ao seu redor, não se disporá a procurar as chaves para o conhecimento dos segredos do Universo em decrépitos livros “sagrados” e suas fábulas filosóficas de uma infantilidade primária.

 E quem não reconhece a existência de forças místicas celestes capazes de interferir na vida pública e privada e de orientá-la para esta ou aquela direção, quem não acredita que a miséria e o sofrimento serão altamente recompensados em outro mundo, tem os pés mais firmes e fortes na terra e buscará nas condições materiais da sociedade, com mais coragem e confiança, as bases de seu trabalho criador. A concepção materialista do mundo não só abre uma ampla janela para todo o Universo, mas também fortalece a vontade. 

Ela é a única que humaniza o homem moderno, o qual ainda depende, é claro, das rígidas condições materiais, mas já sabe como superá-las e participa conscientemente da construção de uma nova sociedade fundada simultaneamente na mais elevada técnica e na mais elevada solidariedade.

Dar uma educação materialista à juventude proletária é nossa maior missão. Faço votos sinceros de sucesso a vossa revista desejosa de tomar parte nesse trabalho educacional.
Saudações comunistas e materialistas,

Fonte: Arquivo Marxista na Internet

domingo, 15 de julho de 2012

Cassação do mandato de Gean Loureiro...



Caro leitor e eleitor,

   Mais uma vez estamos diante de um momento importante nas nossas vidas, ou seja, as eleições municipais nas cidades onde vivemos.

       O Prefeito é o mandatário direto das cidades, na verdade o chefe do executivo municipal.
       É aquele que determina politicamente (na maioria das vezes) onde, como, e, quando aplicar os recursos disponíveis na cidade.

      Por outro lado, é o legislativo municipal (Câmara de Vereadores), que fiscaliza esses recursos, além de propor e elaborar leis para reger o funcionamento pleno do município e, das relações entre cidade e cidadão.

     É ele também (o Vereador) que discute e sugere mudanças ou não, no orçamento municipal que é apresentado pelo chefe do executivo, o Prefeito da cidade, e que em muitas situações é dependente politicamente do Vereador, independente se este é de sua base de apoio ou da oposição.
     
  Esse integrante do Parlamento Municipal irá nos representar enquanto cidadãos. Irá traduzir os nossos anseios, naquilo que podemos chamar de a “cidade que queremos”.
      
Mas há um fator determinante para todos nós e, trata-se na verdade, do indivíduo gostar de política, para entender a política (sic), e poder lutar por seus direitos.
    
  E, em outros casos, entender os meandros do jeito humano de representar, e de administrar os nossos direitos, protagonizados por aqueles que eventualmente elegemos.
      
Ora, eu faço essa ínfima introdução neste assunto, para que possamos enxergar a importância de um mandato popular, quer seja no executivo, ou no legislativo e, mais importante ainda, em todas as esferas do poder.
   
  Normalmente (sic), todo esse aparato legal de representar o cidadão está alicerçado na ética, na moral e na probidade administrativa e, por isso, eu tomo a liberdade de resgatar esse assunto, diante de um acontecimento passado que me trouxe lembranças de um ato considerado ilícito, imoral e antiético para um candidato...

...Logo após os resultados das urnas nas eleições municipais de 1992, começamos a analisar e a discutir a composição política que se formara na Câmara de Vereadores de Florianópolis.

Ora, o objetivo era garantir aquilo que hoje chamamos de governabilidade e, embora essa tarefa estivesse destinada ao executivo então eleito, mas, isso não impedia que nós então candidatos fizéssemos nossa própria avaliação...

 O secretariado teria de ser formado baseado na composição laica da própria Frente Popular que saiu vencedora diante das forças conservadoras que governavam a capital do estado, na mais pura verdade, desde as capitanias hereditárias, e em outras palavras, desde sempre.  

Neste caso, a Frente Popular que seria composta pela pluralidade ideológica, era formada por sete partidos políticos e um movimento (MSR) chamado de Socialista e Revolucionário (nome pomposo), este que no meu entendimento, apenas manchou a historia de lutas do PCB, jogando na vala comum do fisiologismo, toda a luta que havíamos travado durante o congresso do racha em São Paulo, ainda no inicio daquele ano de 1992.

      ...Apenas dando um “pitaco” neste assunto, eu havia sido atropelado politicamente pela ambição eleitoral daquele grupo formado por professores da UFSC, e que agiram em conluio com outros professores universitários, então dirigentes do PCB no município.

      Vale lembrar que parte do PCB havia me lançado como candidato das bases históricas do Partido. Esse apoio veio principalmente da camarada Marlene Soccas, do Italiano, da Terezinha e, também do Amadeu Hercílio da Luz, que na verdade, compunham a direção estadual do Partido juntamente com outros integrantes.

       Aliás, esse apoio se concretizou desde os acontecimentos do Congresso do racha do Partido, quando na ocasião, eu bati de frente contra o candidato imposto pelo mesmo grupo, que, tendo perdido a votação dentro da delegação do estado, ainda assim agira ao contrário da decisão do coletivo catarinense, presente naquele evento histórico. 

      Com uma votação dentro do coletivo, eu havia sido indicado como candidato único para compor o Comitê Central, ou seja, o diretório Nacional do PCB.

       Enfim, eu também havia recebido apoio de outros setores de base do partido, dentro da própria Universidade Federal do Estado de Santa Catarina, mas esse não é o foco principal desta matéria.

Seguindo no assunto...

      Com o resultado das urnas já conhecido de todos, houve uma grande decepção por parte de alguns candidatos, na verdade, uma forte frustração por terem ficado a pouquíssimos votos de um mandato popular.

Para se entender melhor, naquela eleição havia 21 vagas para Vereadores.

Alguns Vereadores foram eleitos pela legenda e outros pelo coeficiente eleitoral.

A última vaga ficou para o jovem Vereador Gean Marques Loureiro - PDT, então com 19 anos de idade.

     O PDT foi o partido que teve o número maior de candidatos com uma votação praticamente “grudada” entre uma candidatura e outra, naquele pleito eleitoral de 1992.

Gean Loureiro havia recebido exatamente 772 votos
Ricardo Barattieri recebeu 765 votos e o Arnaldo Lisboa recebeu 757 votos.

Foi uma diferença mínima e crucial de 15 votos entre o que assumiu e o terceiro colocado dentro da sigla PDT.

      ...Sem fugir do assunto, eu gostaria de comentar o erro histórico, ou, mesmo o azar do candidato Antenor Rodolfo da Silva Filho (conhecido por KEKA). O grande azar ou infortúnio do Keka foi o de ter trocado de partido praticamente nas vésperas das eleições daquele ano de 1992.

      O Keka estava filiado ao PDT desde a algum tempo, e surpreendentemente foi convencido por alguns amigos a se filiar no novo partido PPS (oriundo do racha com o PCB).

      Bem, se ele tivesse permanecido no PDT, teria sido eleito até com alguma folga em relação ao Gean Loureiro. 

O Keka recebeu exatamente 830 votos, sendo que o Gean Loureiro apenas 772. 

      Mas enfim, perdeu um momento único e histórico de ser eleito Vereador, que na verdade, representava o seu maior sonho político que alimentou durante as mais de 5 tentativas  em eleições seguidas para a Câmara Municipal de Florianópolis..

       O Keka é meu amigo desde aquela época. Funcionário efetivo da Câmara de Vereadores, ele era um espécie de líder comunitário no bairro onde vivia.. 

        O Keka é formado em direito pela UFSC e pós-graduado, também pela mesma universidade.

 Sinceramente, foi uma lástima, afinal, todos nós torcíamos pelo sucesso do amigo Keka.

     ... Passado alguns dias da euforia de alguns e da decepção de outros, eu passei a analisar os acontecimentos.

      Durante as eleições eu fui um dos candidatos (juntamente com a Vereadora Clair Castilhos PSDB, além de outros), amplamente “massacrado” na propaganda da ARENA-PDS-PPR-PPB-PP Camaleão, o mesmo balaio de gatos, como sendo um dos “contras” (era invasor de terras, de área de preservação permanente, era contra o desenvolvimento da cidade, era um forasteiro etc.).

     Na verdade, neste quesito eu tinha uma posição contrária ao então projeto de construção da Via Expressa Sul, uma obra que previa a doação de grandes parcelas de áreas públicas para o setor privado que participassem da sua construção. 

      Seria um verdadeiro paredão de concreto travestido de edifícios e condomínios para a elite... O metro quadrado mais caro do Cone Sul.

       Bem, nos dias de hoje vemos que a obra foi construída com recursos e participação única do poder público.

Viva os movimentos sociais, setores progressistas da UFSC e sindicalistas que lutaram por isso...

      ...Mas, diante dos resultados e do conhecimento que eu tinha de alguns candidatos, eu passei a me preocupar com a situação gerada no PDT.

      E, afinal, o que eu tinha a ver com esse partido...

      Durante as gravações que fora realizada nos estúdios da antiga TV RCE nos altos do Morro da Cruz, eu me encontrei pelos corredores com o Arnaldo Lisboa.

      O Arnaldo Lisboa é um cara que pertence a uma família tradicional do bairro conhecido como Santo Antonio de Lisboa, que na verdade, fica em direção ao norte da Ilha de Santa Catarina, e ele era uma espécie de líder comunitário na região.

     O Arnaldo Lisboa já havia participado nas eleições de 1988, mas sem um resultado semelhante ao obtido em 1992.

   Pessoalmente o Arnaldo pareceu-me ser uma cara legal, conversamos muito sobre vários assuntos, e, ele me disse que tinha uma admiração pelo trabalho que eu desenvolvia na comunidade de Areias do Campeche.

       Ele me conhecia pela mídia e pelo Movimento Comunitário emergente na cidade. Enfim, eu havia ficado com uma boa impressão deste cidadão.

      Ah, eu me lembro até hoje da minha chamada na televisão. nós candidatos a Vereador do PCB tínhamos apenas 20 segundos para falar, e, eu fiz isso em 17 segundos...
      


“Meu nome é Carlão, sou artesão e moro na Comunidade de Areias do Campeche, sou presidente licenciado da Associação dos Moradores e sempre estive a frente das lutas dos Sem Terra do Campeche”.

     “Eleito Vereador, apresentarei projetos de alcance social e participação popular”.

“Pela moradia digna, legalização das terras e urbanização das favelas, por justiça social, vote Carlão, número 79666, Vereador PC - Frente Popular”.

     Andando pelo centro da cidade eu comecei a analisar o que se sucedera nas eleições, e um fato me chamava à atenção. 

Esse fato foi à propaganda do candidato Gean Marques Loureiro do PDT.

   Ele dizia em algumas inserções na TV e no Radio que “Vou dar uma Ambulância equipada para a comunidade que mais votar em mim”

Ora, isso se caracterizou como um “crime eleitoral” e que passou despercebido pelo TRE e, talvez por alguns partidos que viam nesse jovem candidato uma possibilidade remota de se eleger.

      De fato, eu penso que nem o próprio imaginava essa possibilidade concreta, afinal, havia mais de uma dezena de nomes “fortes” considerados eleitos.

      Eu gostaria de deixar claro aqui nesta postagem, de que, eu não tinha e não tenho nada pessoal contra o então candidato e atual Deputado Federal, também candidato a Prefeito de Florianópolis.

    Tratava-se na verdade da minha visão ética, política e moralmente correta das eleições.

     Eu também já havia, sofrido e assistido seguidas rasteiras e traições nos últimos meses que antecedera aquela eleição. Na verdade, não passava por minha cabeça lá atrás, a menor possibilidade de eu ser candidato a um cargo eletivo, embora eu tivesse discernimento sobre aquela possibilidade.

       Eu a também havia sido vítima de um atentado sórdido e, felizmente fracassado dentro do movimento dos Sem Tetos.

      Tudo isso, aliado as várias tentativas, e talvez tenham conseguido uma forte campanha sigilosa, mas que vazou aos meus ouvidos, de desmistificação da minha liderança enquanto integrante do movimento.

     Na verdade funcionava assim: A mídia me dava espaços, me entrevistava e publicava várias matérias seguidas sobre a problemática vivida pela comunidade de Areias do Campeche. 

Como Presidente da Associação dos Moradores, eu terminava aparecendo com algum destaque, que mesmo sem eu saber, incomodava os dirigentes da ONG CAPROM (Centro de Apoio e Promoção dos Migrantes) então comandada pelo Padre Wilson Groh e Pela Ongueira Ivone Perassa). que tinham como objetivo político encampar a luta urbana pela posse da terra, então visto por eles, como um veio político e eleitoral a ser conquistado.

      Essa minha colocação, brevemente estarei comprovando com recortes fotográfico dos jornais da época, em sintonia com os meus relatos que também faço no Blogue: http://tijoladasnamentira.blogspot.com.br


       É obvio que eu soube na época do que rolava despudoradamente dentro de alguns coletivos, e ao pé dos ouvidos em outras ocasiões. Eu fui avisado e informado por alguns amigos que eram líderes de outras comunidades.

       Eles me encontravam na feira hippie então existente na Praça XV de Novembro no centro da capital, local onde eu trabalhava.

       E pasmem, essas ações eram geradas para impor e fazer valer uma liderança plantada e uma candidatura previamente definida, mesmo antes da formação do próprio Movimento dos Sem Teto.

Ora, gato escaldado tem medo de água fria, diz o provérbio popular mais conhecido nessas circunstâncias.

     Durante as várias reuniões que antecedera ao processo eleitoral, nós tínhamos combinado em nível de frente popular, de que gravaríamos os programas em nossas casas, isso independente da obrigatoriedade dos partidos em manter a gravação arquivada para análise do TRE, caso surgi-se alguma reclamação ou denuncia dos candidatos e dos partidos concorrentes.

       Nós tínhamos alguns militantes que estavam fazendo isso, principalmente àqueles mais abastados. Mas, pasme, eu tinha em casa uma miserável Televisão e Radio FM daquelas de cinco polegadas, de cor cinza, que predominavam nos camelôs, como produto paraguaio.

      Enfim, era dali que eu assistia aos programas sempre que podia, entre os espaços dos comícios (foram 56 se não me falha a memória), e as atividades de trabalho e de campanha de rua.

       Mas retornando ao “Crime Eleitoral” praticado pelo Gean Loureiro, eu estava indo em direção ao edifício APLUB, onde ficava o escritório local do Senador Nelson Wedekin, quando encontrei casualmente o Arnaldo Lisboa.

     Eu comentei com ele que tínhamos a gravação do programa do Gean Loureiro e que eu iria fazer contato com o Senador Nelson Wedekin para conversar sobre aquele assunto.

     Bem, não me pareceu surpresa quando toquei no assunto com o Arnaldo Lisboa, ele já tinha esse discernimento. Muitos militantes e alguns partidos da época (imagino) ainda dispõem daquelas fitas em VHS.

     Parecia que ele estava aguardando alguma ação nesse sentido. Depois de conversarmos sobre o assunto, ele me perguntou quem assinaria o pedido e faria a denuncia. Eu respondi que eu mesmo assinaria o documento, e era isso que estava fazendo quando ele me encontrou no ali no centro da cidade.

       Na verdade, no meu entendimento, aquele cara ali (Gean Loureiro) seria mais um dos políticos desonestos que se instalaria na Câmara de Vereadores.

Oferecer uma ambulância para a comunidade que mais votasse nele, putz, vai ser cara de pau assim na casa do Carvalho...

      Após o bate papo com o Arnaldo Lisboa, eu sai em direção ao escritório do Senador Nelson Wedekin.

      Caminhei rapidamente em direção ao Edifício APLUB, e chegando lá onde pretendia, eu fui cordialmente recebido pelo Senador.

      Eu comentei com ele o por que da minha ida até o seu encontro e disse que pretendia entrar com uma ação pra impedir a posse do Gean Loureiro baseado no “Crime Eleitoral” que ele havia cometido.

  O Senador perguntou-me se eu tinha essa convicção e eu respondi que sim, afinal, ali estava caracterizado abertamente aquele delito eleitoral.

        Eu pedi ajuda ao Senador para elaborar um documento respectivo ao assunto, e ele me indicou uma advogada chamada de Dra Maria Luiza (se não estiver enganado).

Bem, eu fui ao encontro dela no mesmo edifício, e lá chegando, ela já sabia do que se tratava, e apenas me escutou alguns minutos, e pediu que eu voltasse no outro dia pela manhã.

     Eu aproveitei a leitura que tinha feito da situação eleitoral que se avizinharia, caso o Gean Loureiro fosse cassado, e então procurei o Ricardo Barattieri que ficou entusiasmado com aquela possibilidade. 

      Na verdade, eu já o conhecia há algum tempo, e via nele, com o desenrolar dos acontecimentos, o melhor candidato para assumir a Câmara de Vereadores, dentro da aliança política e eleitoral do qual participávamos, ou seja, a FRENTE POPULAR.

Também havia outro entendimento....

       Provavelmente o Sergio Grando (nosso candidato a Prefeito que foi o vencedor naquela eleição), iria chamar o Dr. Ricardo Barattieri para assumir a Secretaria da Saúde, ou outra qualquer dentro da administração da Frente Popular (O que terminou acontecendo, porém, por outras razões).

      De fato, se isso ocorresse, quem assumiria o mandato de Vereador seria o Arnaldo Lisboa.

      Bem, esta sim talvez fosse a maior expectativa no desfecho daquela ação. O meu propósito não seria fazer aquele ou outrem assumir aquele mandato, mas simplesmente corrigir aquela aberração durante o processo eleitoral.

      No outro dia eu me dirigi novamente ao escritório da Dra, Maria Luiza e recebi em mãos toda a documentação preparada para ingressar com a ação junto ao TRE.

      Em seguida eu pedi alguns conselhos de como encaminhar corretamente, e a seguir desci pelo elevador. 

      Enquanto ele descia, eu ia lendo rapidamente o conteúdo, que, sinceramente, mesmo com as minhas limitações no entendimento de algumas questões jurídicas (é obvio, eu não sou Bacharel em direito), ainda assim deu para perceber a legitimidade da ação que se avizinharia.

      O Arnaldo Lisboa que era o maior interessado naquela ação, e já sabia que naquele horário, provavelmente eu estaria com o documento em mãos, me encontrou próximo da Câmara de Vereadores.

      Oi Carlão, disse ele, vamos entrar com esse documento ainda hoje se possível né?

      Eu comentei com ele que primeiramente gostaria de conversar com o Deputado Sergio Grando, afinal, ele era o nosso Prefeito eleito e mais do que isso, ainda um amigo, sendo que eu deveria consultar ele antes de impetrar aquela ação, ao menos eu pensei assim logo ao ter a posse dos documentos.

      Eu também havia comentado com o Ricardo Barattieri que mostraria o documento para o Grando e ele me disse que talvez não fosse necessário, mas também não insistiu na questão, ficou na dele mesmo.

    Conversando e ao mesmo tempo ouvindo os argumentos do Arnaldo Lisboa, eu ficava quase que decidido a não levar ao conhecimento do Sergio Grando, mas confesso, minha consideração pelo “Professor” fazia com que eu o aguarda-se até obter a sua opinião, que, mesmo eventualmente sendo contraria a minha vontade, ainda assim eu precisaria ouvi-lo.

      Coisas estranhas existem nessa nossa vida de terráqueos. Como num passe de mágica, surge o Sergio Grando diante de meus olhos, me cumprimenta, dá um aperto de mãos e me pergunta se está tudo bem comigo etc.


Eu falei pra ele, tudo bem Grando, vamos fazer um bom governo, e, ele remendou dizendo que esse seria um bom governo com a ajuda de todos nós.

Ele já estava quase embarcando dentro do carro que o levaria a um compromisso, e então eu disse a ele: Grando, eu tenho aqui uma ação que pretendo entrar contra o Gean Loureiro do PDT e, segui falando, esse cara ali cometeu um crime eleitoral oferecendo uma ambulância para a comunidade que mais voto proporcionasse a ele, e, essa ação já esta montada e em minhas mãos.

 Comentei ainda, - fiz os documentos com a ajuda do Senador Nelson Wedekin que me indicou uma advogada.

       O Sergio Grando arregalou os olhos, e me olhando disse, Carlão, não faça isso, esse guri ali é voto nosso na Câmara de Vereadores. Afinal Carlão, você pretende nos ajudar ou a nos atrapalhar. E, continuando disse, deixa isso pra lá que esse menino é bom e está do nosso lado.

      Bem, pra mim aquilo ali poderia não ter sido o suficiente dentro daquilo que eu pretendia, mas, eu tinha que atender aquele pedido feito por ele. 

      O Sergio Grando é um cara que costuma cumprir o que promete. Mesmo ele tendo sido meu adversário no congresso do racha do PCB lá em São Paulo, ainda assim ele nos considerava pela vertente social do qual representávamos.

Durante as eleições de 1990, eu fui um dos cabos eleitorais de sua candidatura para Deputado Estadual.

      O Sergio Grando, juntamente com o Senador Nelson Wedekin e a parcela progressista de então, ainda existente dentro do PMDB (eu militei ali até parte do ano de 1989), estava seriamente comprometida em garantir a permanência dos moradores da Comunidade de Areias do Campeche, no seu próprio local de ocupação, e para isso faria a desapropriação daquela área para fim social.

      E, foi exatamente o que o Professor, ex Vereador e ex Deputado Estadual, e ainda Prefeito eleito naquela eleição de 1992, tendo como Vice-Prefeito o Economista Afrânio Tadeu Boppré (hoje no PSOL), fez ao cumprir a promessa realizada desde os anos de 1989-1990, ou seja, desapropriou para fim social, a área ocupada tradicionalmente pela comunidade de areias do Campeche, fato histórico que aconteceu no ano de 1995...

      Para o atual candidato a prefeitura de Florianópolis, Gean Marques Loureiro, o Sergio Grando representou (ainda que não tenha conhecimento anterior) o mesmo "Salvador da Pátria" que noutra situação representou o ex Deputado Jaime Mantelli (que também é meu amigo) aquilo que decidiria a continuação, ou não, do mandato de Governador do Estado de Santa Catarina para o atual Deputado Federal Paulo Afonso Vieira...

      Neste caso, o Gean permaneceu no mandato sem qualquer infortúnio, e se reelegeu cinco vezes consecutivas, trocando de partido, e chagando a condição de deputado Federal pelo PMDB.

Minha opinião numa linguagem popular...

Esse cara ali chamado de Gean Loureiro está mais para governar para a elite da cidade do que para a maioria da população.

      Jamais nos esqueceremos da sua opinião e da sua votação em dezembro de 1999 a favor, e durante o governo de Ângela Amim PP (Partido sucessor e garantidor da ditadura militar no Brasil) que anistiou ilegalmente uma divida de mais de nove milhões de reais para empresários locais, enquanto que na contra partida, aumentava o IPTU da cidade em 22% e, ainda soterrava a possibilidade concreta de fazer uma licitação publica para o transporte coletivo da capital que estava prevista também na "Constituição Municipal". 

     As empresas que operam o serviço de transporte coletivo urbano na capital são na verdade, as mesmas que a mais de 25 anos operam este serviço com péssima qualidade e preços abusivos. Como prêmio?  Tiveram suas licenças de permissionárias homologadas por mais 20 anos prorrogáveis, contrariando inclusive a Constituição Federal que exige que se faça licitação pública para os serviços públicos, principalmente os considerados como "essenciais". 
      

   Na semana que antecedia as votações, os movimentos sociais se organizavam quase que desesperadamente por conta da data escolhida pela então Prefeita Ângela Amim.

      Vários vereadores estavam comprometidos com aquela ação nefasta que se avizinhava contra a cidade.

     No dia da votação no finalzinho da tarde daquele dia 22 de Dezembro de 1999, ali estavam reunidos vários militantes sociais, entidades, sindicatos e parlamentares da oposição.

      O Gean Loureiro não tinha conseguido entrar a tempo na Câmara de Vereadores. O povão tinha fechado a entrada para impedir o acesso dos que tinham ficado de fora e, isso incluía também, o então Vereador Andre Freyesleben Ferreira.

       Nós fomos avisados por um grupo de militantes de que o Vereador Gean estava na parte lateral dos Correios, na verdade, em frente ao antigo quiosque do galego. Imediatamente nos dirigimos num grupo de quatro pessoas e tentamos falar com ele.

       Eu cheguei a questiona-lo sobre a votação e disse que sabíamos que ele iria votar a favor do projeto da Ângela Amim. Ele mostrou-se inquieto e não respondeu, enfim, o seu silencio falava por si.

      Repentinamente encosta uma viatura bem em frente da porta de entrada da Câmara de Vereadores e descem escoltados pela policia militar os dois Vereadores que faltavam para a aprovação do projeto.

      Naquele mesmo instante surge ao lado da Câmara de Vereadores um efetivo considerável de Policiais Militares fortemente armados com instrumentos e armas letais, e não letais. Chegam dando cacetadas em todos que estavam ali presentes.

    Um policial militar jogou uma granada que explodiu bem próxima do Vereador Marcio de Souza/PT que é barbaramente atingido nos olhos.  A correria e o quebra pau se estabeleceu por cerca de 30 minutos.

    Vários jornalistas e militantes que filmavam as ações da policia tiveram seus equipamentos apreendidos e em muitos casos, até jogados ao chão.

     Bem, esse foi o quadro registrado naquele final de ano. 

   A população da cidade que já estava envolvida com as férias escolares e a temporada de verão foi sordidamente surpreendida por aquele projeto nefasto aos cofres públicos, também e nefastos aos direitos dos munícipes que arcariam com os custos daquela ação, representada também pelo aumento brutal do IPTU para o ano vindouro.

      Enfim, eis ai o candidato que se apresenta para solucionar em discurso demagogo a problemática da mobilidade urbana na capital do estado...

      Vem aí a aliança burguesa “PP PCdoB PT PV” com os partidos nanicos burgueses a reboque, “Por amor a Florianópolis”.

Quem viver verá!