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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

97 anos da tomada do poder pelos Bolcheviques: A vitória da Revolução de Outubro e os desafios do leninismo para enfrentar a etapa da contrarrevolução em pleno Século XXI


Por Liga Bolchevique Internacionalista


Há 97 anos, no dia 07 de novembro de 1917 (segundo o calendário gregoriano) o Partido Bolchevique tomava o poder de estado, com a vitória da Revolução de Outubro sob o comando dos dirigentes Lênin e Trotsky. A melhor homenagem que podemos render ao maior triunfo histórico do proletariado mundial, quase um século depois de ocorrido e quando a própria URSS já não existe mais, é fazer um balanço das lições programáticas que levaram a destruição do Estado Operário soviético pelas mãos dos bandos restauracionistas apoiados pelo imperialismo. Desde já, podemos afirmar que as mesmas forças políticas e sociais que festejaram a queda da pátria política de Lênin, seja no campo burguês ou no terreno do revisionismo trotskista, são as que hoje estão unidas para, em nome da “defesa de democracia”, colaborarem para contrarrevolução na Ucrânia levada por fascistas financiados pelas mesmas potências capitalistas que apoiaram o mafioso Yelstin em 1991 como alternativa “democrática” à “ditadura stalinista”. A história do século XX não pode ser compreendida sem se ter em conta a enorme influência da revolução socialista de Outubro de 1917 na luta dos trabalhadores e dos povos oprimidos de todo o mundo contra a exploração e opressão imperialistas. Falem o que quiserem falar os “historiadores” e “jornalistas” detratores da revolução a soldo do capital e todos os renegados “comunistas” e revisionistas do Leninismo arrependidos que, em nome de “lançar um novo olhar crítico” sobre os fatos, os deformam grotescamente, não há como ocultar que os principais acontecimentos que marcaram o último século estão de alguma maneira relacionados à perspectiva histórica da revolução socialista mundial que se abriu com a vitória bolchevique. De forma inédita, ocorreu uma experiência genuinamente proletária de expropriação da propriedade privada que, em uma vasta extensão territorial, assumiu uma dimensão e duração infinitamente maior que a Comuna de Paris. Até então, a primeira tentativa de “assalto ao céu”, como afirmou Marx na época, e instauração de um governo proletário, durou apenas 72 dias. Por sua vez, os sovietes, os órgãos de democracia operária criados sobre a base de estruturas piramidais de conselhos populares nascidos em meio ao “ensaio geral” de 1905, apresentaram um formato bem mais aprimorado de Estado operário. E, o que assumiu uma importância decisiva: também pela primeira vez na história da humanidade, a classe operária, através de sua vanguarda de quadros comunistas forjados sob as experiências das revoluções de 1905 e de fevereiro de 1917, converteu-se em classe para si e organizou conscientemente a tomada do poder. Assim, por maior que sejam os esforços em contrário de todos os seus inimigos nestes 97 anos, as lições da primeira revolução proletária da etapa imperialista do capitalismo não podem ser esquecidas pelas novas gerações de revolucionários. Na academia, na mídia e nos partidos da esquerda revisionista reina neste momento uma verdadeira cruzada antibolchevique por exterminar ou pelo menos demonizar todas as referências do grande triunfo proletário de 1917, para confundir os lutadores de hoje e impedi-los de organizar uma saída revolucionária diante das explosivas contradições da dominação imperialista. Não por acaso os charlatães do Marxismo tentam “vender” o novo conceito de uma suposta revolução como sendo levantes “democráticos” organizados pelo imperialismo contra “ditaduras” militares ou até mesmo nacionalistas burguesas.



O fim da URSS, em 1991, foi sem dúvida a maior tragédia política para os trabalhadores de todo o mundo no século XX. A contrarrevolução que restaurou o capitalismo na União Soviética, abriu uma etapa histórica de um profundo retrocesso político e ideológico do proletariado mundial, marcado pela quebra das conquistas sociais dos trabalhadores em todo o mundo e pela ofensiva da recolonização imperialista cada vez mais amparada na agressão militar contra as nações oprimidas. Vergonhosamente, a maioria da esquerda mundial, incluindo correntes pseudotrotskistas, como a CST/UIT-CI e PSTU/LIT, saudaram a destruição do Estado operário e das conquistas sociais Revolução de Outubro como um fato progressivo, “uma grande vitória dos trabalhadores e do povo” (1991 – Um golpe de direita, disfarçado com a bandeira vermelha – sitio do PSTU 19/10/2011). De fato, o que ocorreu na Rússia foi que o aprofundamento da política restauracionista, através da Perestoika de Gorbachev, fez que um setor da burocracia, encabeçado por Boris Yeltsin, rompesse com o PCUS para alçarem-se à condição de representantes diretos do imperialismo e candidatos a novos proprietários dos meios de produção, concluindo definitivamente o processo de restauração capitalista. A tentativa de golpe do chamado Comitê Estatal de Emergência, foi último recurso de uma burocracia desmoralizada e sem apoio de massas, para assegurar os seus próprios privilégios de casta burocrática dirigente do Estado operário. Para a LIT, o capitalismo já havia sido restaurado na Rússia desde meados da década 80. Mas não explica porque, então, a propriedade privada só foi legalmente instituída por Yeltsin após a dissolução da URSS. Para essas correntes revisionistas, em 1991 houve uma revolução, cuja vitória se consistiu em que “as massas conseguiram derrubar o regime e conquistaram liberdades democráticas” (idem). Com essa grotesca falsificação, apresentam uma contrarrevolução imperialista como se fosse a revolução política antiburocrática proposta por Trotsky, que nunca defendeu um regime de democracia burguesa como alternativa ao stalinismo, mas sim a democracia proletária, ou seja, a ditadura do proletariado exercida através dos sovietes, para assegurar as conquistas da Revolução de Outubro e impulsionar a revolução proletária mundial. 


Todo o malabarismo dos pseudotrotskistas para justificar seu apoio à destruição da URSS em nome das “liberdades democráticas”, só fazem revelar sua vergonhosa capitulação política ao imperialismo, da mesma forma como fazem hoje quando defendem com unhas e dentes a fantasiosa “Revolução Árabe”, dando coro à propaganda ideológica das grandes potências capitalistas e seus órgãos de inteligência. Fizeram isto de forma criminosa contra a Líbia, um país semicolonial não alinhado, ao chamarem um movimento reacionário, armado e financiado pelo imperialismo, de “revolução democrática” levado a cabo pelos “rebeldes”. Na verdade, as correntes de esquerda que apoiaram descaradamente a intervenção imperialista na Líbia e hoje fazem o mesmo na Síria e no Irã, sob o argumento cínico do apoio à “Revolução Árabe”, negam categoricamente as lições mais elementares da Revolução de Outubro, porque há muito abandonaram o leninismo e a estratégia da luta revolucionária pela conquista do poder pelo proletariado e se deixaram corromper pela mídia pró-império e pelos encantos da democracia burguesa. Para essa escória, já não é mais necessário, como faziam os mencheviques e outras correntes oportunistas do século XX, apresentar a revolução democrática como uma etapa para chegar ao socialismo, pois, na atual etapa de reação política e ideológica, já fizeram da democracia dos ricos e instituições corruptas do Estado burguês o seu próprio objetivo. Estranhamente, a tão alardeada “Revolução Árabe”, na verdade uma transição democrática operada pela própria aristocracia que prefere ceder os anéis... não faz qualquer referência à reivindicação histórica das massas árabes que é a destruição do enclave imperialista no Oriente Médio, o Estado sionista de Israel, mas tem sido saudada e apoiada pelos principais expoentes do imperialismo como a então Secretária de Estado Hillary Clinton.

Para os autênticos revolucionários marxistas, que não se curvaram diante da ofensiva ideológica do imperialismo, cabe a tarefa de resgatar as tradições revolucionárias dos bolcheviques e as lições da grande Revolução de Outubro como ferramentas elementares na construção do partido revolucionário para libertar o proletariado da influência dos agentes da burguesia e do imperialismo, colocando o movimento operário novamente sob a bandeira da revolução proletária mundial e do socialismo, esta incumbência destinada à reconstrução da Quarta Internacional. Para tanto é necessário que a vanguarda da classe operária abstraia com toda perspicácia as lições das derrotas que o proletariado tem sofrido nas últimas décadas por causa precisamente da ausência de uma direção verdadeiramente revolucionária.

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