Por Liga bolchevique Internacionalista
Ocorreu nesta quinta-feira, 27, no Rio
de Janeiro, mais uma manifestação de protesto na sequência das que estão
sacudindo o país.
A diferença desta marcha frente às
anteriores é que ela se realizou durante o chamado “dia nacional de luta”
convocado pela CSP-Conlutas e logo depois do massacre perpetrado pela PM no
complexo de favelas da Maré.
O protesto foi organizado em uma gigantesca
plenária no IFCS-UFRJ ocorrida na terça-feira, 25/06, que deliberou formalmente
pela participação dos partidos de “esquerda”, atacados na manifestação do dia
20. Mais de 10 mil pessoas estiveram presentes na marcha.
O que se viu nesta atividade foi a
defesa pelos revisionistas do trotskismo, particularmente a CST e o PSTU, das
reivindicações “salariais” da PM, como a PEC-300, que aumenta o soldo dos
militares em nível nacional e a imposição de um pacifismo pequeno-burguês em
torno do chamado a “não violência”.
Esta conduta levou o PSTU a se retirar da
manifestação antes dela chegar a ALERJ para evitar um possível enfrentamento com
o Batalhão de Choque, deixando a passeata nas mãos do PSOL que se limitou a
pedir “CPI para o transporte”, a fim de Marcelo Freixo capitalizar
eleitoralmente o desgaste do governo Cabral.
Este é mais um exemplo da “Primavera
Verde-Amarela” defendida pelas correntes pseudotrostskistas que na Líbia e na
Síria se aliaram aos “rebeldes” da OTAN e aqui no Brasil flertam com as
bandeira dos setores de classe média reacionária que a todo tempo na
manifestação entoavam “Fora PT” quando viam as bandeiras vermelhas dos partidos
de “esquerda”.
Logo no início da manifestação na Candelária, em que militantes da LBI se fizeram presentes, era notória a coabitação harmônica entre a CST-PSOL (com suas bandeiras amarelas) e grupos nacionalistas de direita e fascistas que hostilizavam nossas bandeiras vermelhas.
Logo no início da manifestação na Candelária, em que militantes da LBI se fizeram presentes, era notória a coabitação harmônica entre a CST-PSOL (com suas bandeiras amarelas) e grupos nacionalistas de direita e fascistas que hostilizavam nossas bandeiras vermelhas.
A palavra no carro de som chegou a ser
dada aos representantes desses setores reacionários. Imediatamente depois o
Cabo Dacciolo, representantes dos bombeiros militares, foi chamado a intervir e
defendeu a PEC-300 que aumenta o soldo da PM em nível nacional, apresentando os
soldados assassinos da tropa de choque presentes para reprimir o protesto de
“aliados”, os mesmos chacais que junto com o BOPE reprimem a população
trabalhadora e há poucos dias comandaram a chacina no complexo de favelas
da Maré! Junto, a CST e Dacciolo cantaram palavras de ordem em defesa da
PEC-300.
Tal conduta demonstra a completa
inviabilidade em estabelecer com o PSTU e a CST uma “frente antifascista” no
exato momento em que estes morenistas defendem as reivindicações do aparato de
repressão e sabotam as milícias de autodefesas nos protestos, inclusive
isolando os setores mais radicalizados da passeata.
Longe de embarcar nesta política
suicida, os ativistas classistas e os revolucionários devem defender a
destruição de todo aparato de repressão, o que passa por se opor a estabelecer
qualquer “unidade tática” na defesa das reivindicações da PM por melhores
salários e condições de trabalho, o que representa mais repressão ao povo
trabalhador!
Não bastasse esta conduta escandalosa,
CST e PSTU alimentavam junto com setores da direita raivosa o chamado ao “Fora
Dilma” em busca de capitalizar eleitoralmente o desgaste do PT.
Esse chamado não estava voltado a
derrotar o governo petista pela via da ação direta do movimento operário em
defesa de suas reivindicações, já que dias antes a CSP-Conlutas havia fechado
um acordo vergonhoso com a CUT abortando o chamado à greve geral em nome de um
“dia nacional de luta” para o dia 11, um protesto que sequer defende as mais
urgentes demandas do povo trabalhador como o aumento do salário mínimo e o
reajuste salarial para as diversas categorias.
O PSTU põe um ovo em cada cesto,
enquanto sua central se alia ao sindicalismo amarelo em manifestações
corporativas ordeiras e pacíficas para se locupletar de benesses estatais
negociadas nos bastidores com Dilma, o partido alimenta as alianças mais à
direita para formar o chamado “terceiro campo” eleitoral com o PSOL que pode
até incluir Marina Silva!!!
Apesar de nesta manifestação no Rio de
Janeiro os chamados partidos de “esquerda” (PCB, PSTU, PSOL,
Liga-Operária-MEPR) estarem presentes com suas bandeiras, a política
revisionista destes grupos demonstrou que tal “frente” não representa qualquer
avanço político nas marchas no combate a direita e aos grupos fascistas, ao
contrário, na medida em que tais correntes fazem do “espontaneísmo” das massas
um fetiche e desprezam a enorme confusão ideológica presente nas manifestações,
acabam por se aliar a setores retrógrados e a empunhar reivindicações
reacionárias.
Não por acaso, o PSTU defende que “todas as bandeiras devem ter o
direito democrático de estar nas manifestações”, o que obviamente inclui as dos
grupos fascistas e neonazistas!
Para barrar este curso reacionário,
está colocado romper a camisa de força imposta pelo conluio estabelecido entre
a CUT, CTB e a CSP-Conlutas, que sabotaram a convocação da greve geral, e
chamar o movimento operário a entrar com um corte de classe proletário no
cenário nacional, sob pena dos protestos nacionais só servirem para alimentar o
circo eleitoral de 2014, com o PIG começando a apostar na candidatura de
Joaquim Barbosa e a “oposição de esquerda” a sonhar em galgar postos
parlamentares com o desgaste do governo petista.
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