"LÁGRIMAS DE CROCODILOS & ABRAÇO DE URSO" Marina imperialista da Silva e Marco homofóbico Feliciano |
Por Liga Bolchevique Internacionalista
Em um período de decantação política dos protestos multitudinais que
varreram o país, parece mesmo que as forças da reação interna já iniciaram seu
processo de reacomodação eleitoral com as atenções voltadas para 2014.
É o que vem revelando o resultado das últimas pesquisas de opinião
pública, em particular a divulgada pelo IBOPE no ultimo dia 18/07, que coloca no
patamar de empate técnico para o segundo turno as candidaturas de Dilma
Rousseff e Marina Silva.
Pela primeira vez em pesquisas
eleitorais a presidente Dilma vê ameaçada a sua condição de renovar
tranquilamente por mais quatro anos o posto de “gerente geral” de negócios do
regime capitalista.
Com o impacto das mobilizações populares ocorridas em junho se
desfizeram as aspirações presidenciais das alternativas políticas mais
tradicionais da burguesia financeira e do imperialismo para derrotar o PT em
2014, de uma só tacada foram praticamente descartadas como “viáveis” as candidaturas de Serra, Eduardo Campos e do novo líder
Tucano Aécio Neves.
Também não conseguiu “decolar” a campanha orquestrada pelo PIG do “Fora
Dilma”, apesar do grande esforço da malta ultrarreacionária do “Face” e que
desgraçadamente contou com o apoio da esquerda revisionista.
Apesar do intenso desgaste de
gerenciar o aparelho de Estado capitalista, incapaz de atender as necessidades
mais elementares da população, a Frente Popular ainda conta com um sólido apoio
social no movimento de massas, somada à política do governo de fomentar crédito
para uma parcela significativa dos trabalhadores.
Neste cenário complexo e difuso a aposta política dos rentistas,
“sequestradores” de fato das finanças públicas do Estado burguês, vai na
direção da eco-imperialista Marina Silva.
A ex-senadora é a única candidatura ao Planalto que reúne neste momento
condições mínimas de levar a disputa para um segundo turno, fazendo ascender a
esperança da reação tupiniquim de colocar o Brasil novamente na rota de um
pleno alinhamento econômico com o grande amo do norte.
A mitificação em torno da figura de Marina Silva vem sendo construída pela mídia burguesa ao longo de sua passagem pelo PT, primeiro foi falsamente apresentada como a “herdeira” de Chico Mendes, depois ao assumir o Ministério do Meio Ambiente estabeleceu vínculos com as ONGs norte-americanas diretamente interessadas no controle de nossas reservas naturais.
Ao sair do PT Marina sinalizou ao imperialismo que já estava preparada
para iniciar a construção de uma nova alternativa de poder no país, sob o manto
da defesa da ecologia e de um crescimento capitalista “sustentável”.
Quando se lançou à presidência da República em 2010 pelo PV, muitos
analistas políticos de esquerda afirmaram que se tratava de uma mera jogada
eleitoral dos Tucanos para subtrair votos do PT, mas na verdade tirou votos de
Serra e quase foi para a disputa do segundo turno com Dilma.
Nós da LBI caracterizamos o “fenômeno” Marina, antes mesmo da abertura
das urnas em outubro de 2010, como a gestação de polo neoliberal ainda mais
alinhado com o imperialismo ianque do que os privatistas do PSDB.
Às vésperas do primeiro turno já afirmávamos o seguinte: “Na realidade,
a movimentação midiática em torno do fortalecimento do PV é pensada pela
burguesia para muito além das eleições presidenciais, tendo por objetivo
formatar uma nova oposição ao governo da frente popular mais adequada à atual
realidade de estabilidade do regime político e de um implícito pacto social em
plena vigência.” (JLO nº 201 10/2010).
Ao romper com o PV que lhe deu abrigo
em 2010, Marina pensou “grande” ao demonstrar que seu projeto político deveria
ser “puro” e homogêneo, livre das influências oligárquicas regionais voltadas a
um fisiologismo que não agrada aos grandes investidores internacionais.
O lançamento do REDE, seu novo partido,
contou desde o início com forte apoio financeiro dos banqueiros, em particular
com a família Setúbal dona do ITAÚ.
Rapidamente Marina galvanizou para o REDE
recursos da burguesia bem mais “consistentes” do que reuniu em 2010, quando
teve o apoio da empresa NATURA através do seu vice Guilherme Leal, agora tem à
sua disposição o jato particular mais moderno do pais, custando para a
“humilde” ex-seringueira a bagatela de 60 milhões de Reais. O REDE já montou
sua equipe econômica com “notáveis” ex-tucanos como André Lara Resende e
Giannetti, operadores da privataria no governo FHC e defensores da abertura
total de mercado aos EUA.
Marina agora defende a autonomia do BC
e o corte de verbas sociais para o pagamento dos juros da dívida interna
(aumento do superávit primário), além do desmonte da PETROBRAS para beneficiar
as transnacionais de energia e gás do “Tio Sam”, qualquer semelhança com o
programa da Casa Branca para o Brasil não é uma mera coincidência...
Mas grande debilidade do REDE se
concentra na impossibilidade de estabelecer um largo arco de alianças
partidárias para 2014, com o fracasso do MD Marina só deve contar com o apoio
formal do PSOL (a ex-senadora Heloisa Helena é a “ponte”) e seus parceiros de
“esquerda”.
Para compensar esta fragilidade
eleitoral a burguesia tenta convencer a todo custo que o presidente do STF,
Joaquim Barbosa, criatura do PIG exatamente para este fim, integre como vice a
chapa de Marina. O REDE já conta com a simpatia da maioria da classe média
urbana, extremamente reacionária, e na possível composição com o “herói” JB
seria um adversário muito forte para as pretensões de um segundo mandato para
Dilma.
Para a ex-militante do ateu PRC, que
transformou-se em evangélica para agradar a “cultura” protestante
norte-americana, ter o vestal e moralista JB ao seu lado no Planalto seria o
principal “sonho de consumo” da ofensiva imperialista no Brasil.
O PT sabe do risco que hoje oferece
Marina, principal beneficiada eleitoralmente com as jornadas de protestos, mas
está vergonhosamente “amarrado” com a “caneta” do Planalto.
Lula conseguiria bater facilmente
Marina ou Aécio sem precisar sequer de um segundo turno, mas não pode se
confrontar com Dilma sob a ameaça do processo ainda em curso do chamado
“Mensalão”.
A anturragem Dilmista conseguiu
inclusive excluir da chapa do próximo diretório nacional, nomes de petistas
históricos como o de José Dirceu, foi sem duvida alguma uma demonstração de
força e um aviso para o movimento “volta Lula”.
Mesmo sob o risco da derrota diante da
candidatura ascendente de Marina, o PT seguirá inexoravelmente com Dilma e na
tentativa inútil de agradar o “mercado” o governo da Frente Popular aprofundará
ainda mais seu curso neoliberal, promovendo ataques as conquistas da classe
operária.
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