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sábado, 12 de junho de 2010

CRIME POLÍTICO


Adiado o julgamento do caso Gildo

Julgamento seria nesse dia 8, mas foi adiado. Militante do PSTU de Brasília foi morto em 2000, em uma atividade de greve, por policiais.

Quase 10 anos depois, um dos policiais acusados de matar o servidor do Serviço Urbano de Limpeza (SLU) e diretor do Sindicato dos Servidores Públicos do Distrito Federal (Sindiser) Gildo da Silva Rocha, 33 anos, será julgado. Amanhã, às 8h30 , o agente da Polícia Civil Arnulfo Alves Pereira, 39, senta no banco dos réus na 2ª Vara Criminal de Ceilândia. Ele e outro policial da Delegacia de Roubos e Furtos, Ronildo Brito Mesquita, 32, que morreu no ano passado, em um acidente de moto, confessaram ter atirado várias vezes contra o trabalhador na madrugada do dia 6 de outubro de 2000, durante um piquete de greve da categoria, mas alegaram legítima defesa.


O crime ocorreu no centro de Ceilândia, quando Gildo e outros companheiros espalhavam lixo nas ruas para protestar contra a privatização do SLU e reivindicar aumento de salário. Na época, os dois policiais chegaram a simular um cenário em que Gildo teria usado uma arma para atirar contra eles.

Os policiais alegaram que Gildo disparou primeiro, numa abordagem feita durante a madrugada. Eles teriam reagido com 17 tiros, um dos quais teria atingido o sindicalista. No entanto, colegas de Gildo contam que ele foi perseguido de carro pelos policiais e morto pelas costas. Resultado da perícia feito no carro de Gildo, um Apollo, apontou a existência de dez perfurações de bala na lataria. Duas delas acertaram o porta-malas. Outros oito disparos não perfuraram o carro e ricochetearam.

Outra alegação dos policiais, para escapar da autoria do crime, é de que a vítima estaria transportando drogas em seu veículo. No entanto, essas versões nunca ficaram provadas. Um exame do Instituto Médico Legal (IML) comprovou que não havia pólvora nas mãos da vítima, nem sinais de que ele estaria sob efeito de alguma substância ilícita. O caso causou grande comoção na cidade, mas os autores nunca foram punidos.

O julgamento será realizado por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que rechaçou o argumento usado pelos advogados dos policiais, de que eles agiram com base no “estrito cumprimento do dever”.

Mobilização

A esposa de Gildo, a servidora pública Gleicimar Souza Rocha, 40, conta que até hoje não conseguiu retomar a sua vida. “Meus filhos tinham 1 e 3 anos quando fizeram essa barbaridade com ele. Tinha um sonho de ver minha família crescer unida, de viajar, mas tudo foi por água abaixo. Passei toda essa década buscando justiça e só vou descansar um pouco quando ele (Arnulfo) for punido”, desabafou Gleicimar.

A mulher entrou contra o estado com um pedido de indenização, perdeu e ainda foi condenada pelo juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública, Giordano Resende Costa, a pagar as custas do processo. Ela recorreu da decisão.

O julgamento do policial mobilizou vários movimentos de trabalhadores. Representantes de entidades sindicais, partidos de esquerda, organizações de direitos humanos e antigos colegas de trabalho de Gildo prometem lotar o auditório do fórum.

por SAULO ARAÚJO
publicada em: 7/6/2010
Correio Brasiliense, de Brasília (DF)
Disponível em: http://www.pstu.org.br/

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