Por Liga Bolchevique Internacionalista
Estamos a exatamente 73 anos da morte
de Leon Trotsky.
No dia 20 de agosto de 1940 ele foi
covardemente atingido na cabeça com golpes de picareta por um agente da KGB no
México.
O velho bolchevique logo entrou em coma e
morreu no dia seguinte.
Estes 73 anos correspondem a um período
relativamente curto para a história da humanidade, mas de intensa transformação
no planeta, onde desgraçadamente a “roda da história” moveu-se no sentido
contrário aos interesses do proletariado mundial e da revolução socialista.
No curso deste intervalo de tempo somos
obrigados a constatar que a causa do comunismo sofreu um duro revés.
O maior deles foi justamente a
liquidação contra-revolucionária da URSS no começo dos anos 90, com o fim do
Estado operário soviético que o velho bolchevique ajudou a construir ao lado de
Lênin com vitória da Revolução de Outubro.
O próprio assassinato de Trotsky no
México, depois de vagar pelo planeta desde sua expulsão da União Soviética em
1928, foi uma expressão dramática da situação de perseguição e isolamento que
sua corrente política estava sofrendo por parte do stalinismo e do
imperialismo.
Para os que até hoje defendem seu
legado político e as lições programáticas que deixou o velho bolchevique há o
imenso desafio de manter de pé a construção do partido revolucionário
internacionalista em meio a uma etapa histórica de profundo retrocesso político
e ideológico das massas.
Os dias de hoje estão marcados por uma
brutal ofensiva imperialista mundial que ganhou ainda mais impulso com o fim da
URSS e foi reforçada na atualidade com a fantasiosa “revolução árabe” que
acabou por possibilitar que a Casa Branca fizesse uma transição conservadora em
países estratégicos como o Egito, fato que agora se revela em toda sua
plenitude com a imposição do golpe militar pelos generais financiados pelo
Pentágono e pusesse fim a regimes adversários como o comandado por Kadaffi na
Líbia.
O cerco imperialista ao Irã, a Síria e
a Coréia do Norte fazem parte desta nefasta estratégia que está ancorada em uma
perda de referência da vanguarda nos postulados políticos e teóricos do
comunismo.
Guardadas as proporções, os revolucionários de hoje estão tão isolados como Trotsky em 1940, que foi assassinado por um agente da KGB em um momento em que a IV Internacional recém-fundada não passava de um frágil grupo de propaganda sem influência de massas.
Os acertos
programáticos dos genuínos trotskistas na luta de classes provam que 73 anos
após seu assassinato, o legado de Trotsky segue vigente!
Trotsky teve uma vida plena de
revolucionário desde a juventude. Formulou a teoria da Revolução Permanente.
Dirigiu a revolução de 1905. Quando a social
democracia se converte em agente do imperialismo em 1914, rompeu com a II
Internacional juntamente com os bolcheviques e Rosa Luxemburgo.
Ingressou no Partido Bolchevique em 1917 para
dirigir com Lênin a Revolução de Outubro.
Presidiu o Comitê Militar Revolucionário que
tomou o poder de assalto, organizou o Exército Vermelho e fundou a III
Internacional.
Diante da burocratização da URSS,
impulsionou a Oposição de Esquerda, sendo expulso e perseguido primeiro da
URSS, Turquia, França, Noruega até ser assassinado no México.
Seu “destino pessoal” esteve sempre atado às
vitórias e derrotas proletárias. Foi dirigente do primeiro Soviete da história,
em 1905.
Tomou o poder em 1917 a partir do maior e mais
consciente levante dos trabalhadores até os nossos dias.
Perdeu o poder e tornou-se o homem mais
caluniado e perseguido de sua época, em meio à degeneração do bolchevismo e da
URSS, a crise capitalista de 1929 e a ascensão do nazismo.
Apesar de todo isolamento político,
Trotsky desmascarou o papel criminoso das direções stalinistas e
social-democratas nestas derrotas (ascensão do nazismo na Alemanha, traição das
revoluções na China, França e Espanha...).
Organizou o Tribunal Internacional
presidido pelo educador John Dewey que se contrapôs aos abjetos Processos de
Moscou, a farsa judicial que justificou a liquidação de toda a geração
revolucionária de 1917 e que tinha Trotsky como principal acusado.
Passados 73 anos da morte do grande
revolucionário, a Quarta Internacional fundada por Trotsky já não mais existe,
foi destruída pelos epígonos do trotskismo, que eufemisticamente ainda se
reclamam formalmente (outros agora não mais) do legado de Trotsky.
Estes revisionistas foram os mesmos que
durante a destruição do Estado operário soviético pelo bando criminoso e
restauracionista de Yeltsin saudaram o fim da URSS como uma “triunfante
revolução democrática”, não tendo o menor descaramento de emblocarem-se com a contra-revolução
imperialista.
Os shachtmanistas de hoje, tendo a
cabeça os morenistas da LIT, não por coincidência, cometeram a mesma traição
dos de ontem, ao renegarem a defesa incondicional da URSS.
Como era evidente para os genuínos
trotskistas que aprenderam com o velho bolchevique, “Stalin derrubado pelos
trabalhadores é um grande passo para o socialismo; Stalin eliminado pelos
imperialistas é a contra-revolução triunfante” (Em Defesa do Marxismo, 1940).
A restauração da propriedade privada
dos meios de produção e a apropriação da mais-valia de quase 1/3 da população
mundial que antes viviam em Estados operários só poderia fortalecer o domínio
imperialista sobre o globo.
A contra-revolução triunfante impôs uma
superexploração à classe operária, eufemisticamente batizada de neoliberalismo
e globalização.
A expressão militar desta ofensiva foi
a recolonizarão bárbara dos Bálcãs e em seguida a “guerra ao terror” cujo
orçamento, um trilhão de dólares, só foi menor do que o gasto pelos ianques na
II Guerra, que catapultou os EUA a maior potencia bélica do planeta.
Agora, em nome da fantasiosa “revolução
árabe” se colocam ao lado da OTAN e de seus “rebeldes” mercenários em nome de
derrotar as “ditaduras sanguinárias” no Oriente Médio, quando na verdade está
em curso um processo de desestabilização dos decadentes regimes nacionalistas
daquela região!
Nos últimos dois anos de sua vida
Trotsky se dedicou a formar a nova geração de militantes e a fundação da IV Internacional.
Travou sua última grande batalha, desta
vez, contra uma ala de seus partidários que por horror aos crimes do stalinismo
sucumbiram à reação democrática imperialista.
Morreu com a convicção de que “o dever dos
revolucionários é defender todas as conquistas da classe trabalhadora, ainda
que tenham sido esfiguradas pela pressão de forças hostis.
Aqueles que são incapazes de defender
as posições tomadas, nunca conquistarão outras novas” (Em defesa do marxismo,
25/04/1940).
Nenhuma vida encarnou com tamanha profundidade
as lutas, aspirações e tragédias da era imperialista como a de Trotsky.
73 anos após a morte de nosso maior
dirigente, ao lado de Lênin, esta é a batalha que os bolcheviques leninistas da
LBI estamos travando na atualidade.
Mesmo sendo um pequeno núcleo militante
sabemos honrar as lições nos deixadas pelo “velho”, combatendo o imperialismo e
os revisionistas que defendem a contra-revolução “democrática” patrocinada pela
Casa Branca!
Na Síria, em luta contra o imperialismo
e os revisionistas, estamos honrando o legado do velho bolchevique que morreu
lutando bravamente pela construção da IV Internacional!
No Egito, denunciando os militares
golpistas de que foram apresentados como “defensores da vontade popular” pela
canalha pseudotroskista.
No Brasil, combatendo a frente popular
sem estabelecer nenhum tipo de aliança tática com a direita reacionária.
No combate ao stalinismo e a social
democracia Trotsky impulsionou a ruptura com as correntes oportunistas e centristas
pela construção da IV Internacional.
Os “trotskistas” do século XXI fazem o caminho
inverso, rompem em toda linha com os ensinamentos do mestre e se aferram a
direções políticas hostis aos interesses históricos dos trabalhadores.
Neste marco, reafirmamos que é tarefa
dos autênticos trotskistas resgatar o último e mais importante combate da vida
de Trotsky, lutando pela defesa incondicional dos Estados operários (Cuba e Coréia
do Norte), dedicando o melhor dos nossos esforços para a reconstrução da IV
Internacional.
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